As coligações dos dois principais candidatos a governador da Bahia, Paulo Souto (DEM) e Rui Costa (PT), privilegiam as associações de seus nomes a lideranças populares entre o eleitorado baiano, como o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em detrimento dos candidatos a presidente que integram suas coligações em nível nacional, caso de Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).
Souto também sugeriu indiretamente o voto combinado nele e na petista. Ao responder Rui Costa, que defendeu o voto combinado nele e em Dilma, disse que o eleitor já refutou essa vinculação quando elegeu ACM Neto prefeito de um partido de oposição ao governador petista Jaques Wagner, em 2012. "Refuto essa ideia de imposição defendida pelo candidato Rui Costa, de imposição de um candidato ao povo da Bahia só por causa de um alinhamento político. Isso é uma coisa inadmissível, que foi repelida pelo povo de Salvador, que repeliu um raciocínio parecido, ao eleger ACM Neto prefeito de Salvador".
Apesar de ter falado em Dilma, a campanha de Rui nas ruas e na TV explora muito mais sua ligação com Lula do que com a presidente e candidata à reeleição. Na campanha ao Senado de sua coligação, porém, isso é bem nítido também. O vice-governador licenciado Otto Alencar (PSD), candidato de Rui ao Senado, abusa da campanha de rua e da TV de Lula, que o chama de "companheiro Otto".
Ele e seu adversário, Geddel Vieira Lima (PMDB), candidato ao Senado de Souto e aliado de Aécio, já quase se desentenderam na Justiça pelas vinculações dos nomes a seus fiadores políticos. O estopim foi que, no programa eleitoral de Otto, uma apresentadora empurra uma placa com os nomes de Geddel e de Aécio para o canto da tela. Em seguida, afirma: "Acabou o programa do candidato a senador de Aécio. Agora vai começar o programa do senador de Lula". A fala fez com que Geddel ameaçasse ir a Justiça para que não fosse mais veiculada, mas o peemedebista desistiu após a situação criar um desconforto dele com a campanha do tucano.
Otto afirmou que Geddel queria desvincular a imagem do presidenciável, o que foi negado pela campanha do peemedebista. A representação, segundo o PMDB, foi pelo fato de campanha adversária ter utilizado "indevidamente" o mesmo layout.
De acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada na semana passada, Geddel e Otto estão tecnicamente empatados, com 33% e 29%, respectivamente. A diferença entre os dois candidatos na pesquisa de agosto era muito maior: Geddel tinha 35% e Otto, 17%.