O modelo estatístico desenvolvido pelo Ibope e pelo Estadão Dados simula todas as combinações possíveis de votação de Marina e Aécio, e depois calcula quantas dessas combinações beneficiam um ou outro candidato. Segundo os resultados da pesquisa Ibope divulgada na terça, 67% dessas combinações levariam Marina ao 2.º turno contra Dilma Rousseff (PT), e 33% levariam Aécio. Duas semanas atrás, essa proporção era de 79% a 21%.
As simulações de resultado só se aplicam a Aécio e Marina. As taxas de intenção de voto de Dilma (39%) e dos candidatos nanicos (3%) são dadas pela pesquisa Ibope mais recente, e a taxa de brancos e nulos (10%) pelo histórico de votações para presidente. Logo, a soma das taxas de Marina e Aécio tem que dar obrigatoriamente 48%.
O mínimo e o máximo de votos que Marina e Aécio podem ter são diferentes entre si - ou ambos teriam chances iguais de chegar ao 2.º turno. Pisos e tetos determinam quantas combinações de resultado levariam Marina ou Aécio ao 2.º turno.
Piso
O piso eleitoral é calculado pelo potencial de voto exclusivo de cada candidato. Ou seja, quantos eleitores dizem que votariam com certeza nele e apenas nele. O mínimo de votos para Dilma foi de 33% na mais recente pesquisa Ibope, contra 16% para Aécio e 20% para Marina. Quanto maior o piso, mais chances tem o candidato.
O cálculo do teto eleitoral é mais complexo. Ele se baseia em outro modelo estatístico desenvolvido pelo Ibope e pelo Estadão Dados e divide o eleitorado brasileiro em três grupos: pró-PT, anti-PT e volúvel. A chance de um eleitor antipetista votar em Dilma tende a zero. Já a chance de um pró-PT votar nela é superior a 80%. No eleitorado volúvel há maior equilíbrio.
Os pró-PT chegaram a 39% na mais recente pesquisa Ibope. São aqueles eleitores que se enquadram em pelo menos três das cinco condições seguintes: é beneficiário do Bolsa Família, aprova Dilma, acha seu governo bom ou ótimo, diz ter preferência partidária pelo PT e descarta afirmar que não votaria nela de jeito nenhum.
Os anti-PT não se enquadram em nenhuma dessas características. Eles somam 33% do eleitorado nacional. Os restantes 28% são os volúveis, que responderam positivamente a uma ou duas daquelas questões. Podem votar tanto na petista quanto nos candidatos de oposição.
Funil
O teto de votação é resultado de um funil. No caso de Dilma, são os eleitores dos grupos pró-PT e neutro que não a rejeitam e que dizem que votariam nela com certeza ou poderiam votar. Feitas as contas, Dilma poderia ter, no máximo, 55% dos votos.
Nos casos de Aécio e Marina, o funil que calcula seu teto de votação tem a mesma fórmula. É a soma dos eleitores que pertencem aos grupos volúvel e anti-PT e que não rejeita o candidato (ou a candidata) e que poderia votar ou votaria com certeza nele ou nela. O teto de Aécio chegou a 38%. O de Marina vem caindo a cada nova pesquisa, mais ainda é mais alto: 40%.
A taxa de intenção de votos na candidata do PSB apresentou queda ou oscilação negativa nos últimos cinco levantamentos do Ibope - desde o início de setembro, ela perdeu oito pontos porcentuais, ou um quinto de seu eleitorado.
Nos votos válidos - excluídos os votos nulos, brancos e eleitores indecisos -, a vantagem de Dilma sobre Marina subiu de 10 para 16 pontos em uma semana. Já a distância entre Marina e Aécio caiu de 11 para 7 pontos.