Jornal Estado de Minas

Fui a que melhor integrou propostas aos gays, diz Marina

Agência Estado
São Paulo - A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou, em entrevista concedida nessa quarta-feira, 1º, à jornalista Christiane Amanpour, da rede de televisão norte-americana CNN, que seu programa de governo foi o que melhor integrou propostas para os homossexuais e, ao ser questionada sobre sua religiosidade, respondeu: "Sou religiosa, mas os adversários têm usado mentiras para me prejudicar".
Marina tornou-se alvo de ataques de adversários após retirar do seu programa de governo propostas de interesse dos grupos de defesa dos direitos homossexuais, como a criminalização da homofobia e a legalização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

A retificação ocorreu menos de 24 horas depois do lançamento oficial do plano, que manteve apoio à adoção de crianças por casais gays e a "garantia de direitos". Nesta semana, a temática homossexual voltou a ser destaque após as declarações do candidato do PRTB, Levy Fidelix, em debate na TV, em que sugeriu o enfrentamento contra à "minoria" homossexual.

A candidata do PSB voltou a criticar a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) que, na sua opinião, cometeu uma série de erros nos últimos anos. Marina frisou que a sociedade brasileira sabe que é preciso mudar a política. "O que está acontecendo na candidatura da Dilma é que existe uma série de erros cometidos nos últimos anos. Eles criaram uma situação de insegurança para os investimentos e isso tem afetado o emprego e a inflação", afirmou.

Marina afirmou que é preciso ter uma liderança "confiável" para que os investidores se interessem pelo Brasil novamente. "É isso que vai definir quem vencerá as eleições", disse. "Também há insegurança em relação às atitudes do governo com as principais companhias, como a Petrobras, que infelizmente está envolvida em um escândalo."

A ex-senadora também descreveu a Amanpour as dificuldades que enfrentou. Contou que perdeu a mãe aos 14 anos e ajudou a cuidar de sete irmãos. ainda disse que foi analfabeta até os 16 anos e que viveu na escravidão. "Se eu fosse um resultado do meu passado, eu não estaria aqui hoje", afirmou, acrescentando que tem lidado com muito preconceito. "Eles tentam me desacreditar."