O governador Geraldo Alckmin posou nesta sexta-feira, 3, para fotos com um grupo de estudantes que carregavam cartazes de protesto contra a crise de abastecimento de água que atinge a região metropolitana de São Paulo. Todos eles declararam apoio ao candidato da oposição Alexandre Padilha (PT)
Quando todos estavam a postos e sorrindo, uma das estudantes sacou do bolso um pequeno cartaz com os dizeres: "Cadê a água?". Várias imagens foram registradas pelo celular de uma das garotas do grupo de manifestantes.
Integrantes da campanha de Alckmin repreenderam o grupo quando se deram conta do ato. "Para que isso?", perguntou, em tom de revolta, o ajudante de ordens do governador aos estudantes.
Alckmin ficou constrangido ao se dar conta que tinha caído numa peça pregada pelos jovens. O tucano sorriu e se retirou.
O grupo era formado por Aline Cerqueira, de 18 anos, Barbara Cavazzani, de 17, Gabriela Bechara, de 18, Lais Poza, de 17, Mateus Andrade, de 18, Elen Dornelis, de 20, e Maria Gabriela, de 20, que não quis se identificar pelo sobrenome.
Eleita a porta voz do grupo, Lais disse que a ideia veio de improviso, quando o grupo saía da aula para almoçar e se deparou com a aglomeração de pessoas que acompanhavam Alckmin na caminhada. Ela afirmou que o que indigna os jovens era o fato de o governador não assumir que o racionamento de água já existe nos municípios operados pela Companhia de Saneamento Basíco do Estado de São Paulo (Sabesp). Para ela, Alckmin não tem "vergonha na cara".
"O problema é a falta de vergonha na cara de não reconhecer que já existe racionamento em muitos lugares. E não só pela seca. É que não houve planejamento também", afirmou ela.
Todos eles declararam voto a Luciana Genro (PSOL) a presidente e a Alexandre Padilha (PT) para governador.