A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, reafirmou neste sábado, 4, ter certeza de que estará no segundo turno das eleições. "O Brasil já decidiu que vai ter segundo turno. Tenho certeza de que estaremos no segundo turno", disse Marina em ato em São Miguel, na zona leste de São Paulo.
Marina repetiu ainda que "segundo turno a gente discute no segundo turno" e que possíveis alianças na segunda fase do pleito dependerão de compromissos "programáticos".
Questionada se a sua queda em intenções de voto nas últimas medições é resultado de erros na campanha, Marina disse não ter arrependimentos, pois "respeitou" o povo brasileiro ao apresentar um programa de governo - a candidata a reeleição Dilma Rousseff (PT) não apresentou programa e Aécio apresentou uma versão fatiada via internet, na última semana antes do primeiro turno. "Ter feito a campanha propositiva é que foi o acerto", disse Marina.
Em sua fala, que durou cerca de 10 minutos, Marina reforçou seu discurso contra a polarização, a principal estratégia para garantir a ida da pessebista ao segundo turno. "Hoje, o Brasil está dividido em uma guerra que há 20 anos foi estabelecida entre PT e PSDB", disse Marina, e completou que o que interessa é ter políticos que prestem serviços à população.
Marina foi questionada também sobre o evento que foi organizado pela campanha hoje. "Eu não faço carreata", disse Marina, que tradicionalmente se coloca contra esse tipo de ato político, por considerá-lo pouco sustentável. A campanha de Marina, assim como havia feito no Rio de Janeiro nessa sexta-feira, 3, chamou o evento deste sábado de "passeio em carro aberto".
O evento, no entanto, acabou se tornando de fato uma carreata, com Marina em cima de uma picape, ao lado dos coordenadores de campanha Luiza Erundina e Walter Feldman e do vereador e aliado pessoal Ricardo Young (PPS). Durante a carreata, que durou cerca de 40 minutos, Marina falou sobre temas com apelo à população, como educação, transporte e saúde, além de criticar o avanço da inflação e da corrupção. No discurso, ela citou os escândalos recentes envolvendo a Petrobras. Ela falou também do companheiro de chapa falecido, Eduardo Campos, afirmando ter "orgulho" de sucedê-lo na eleição.