Jornal Estado de Minas

Lula diz estar confiante em Padilha no 2º turno

AgĂȘncia Estado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu indiretamente que o partido foi um dos responsáveis pelo desempenho da candidatura de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo, que tem apenas 11% das intenções de voto, mas disse estar confiante na chegada do petista ao segundo turno.
"Acho que essa eleição é uma coisa fantástica. Acho que o companheiro Padilha, marinheiro de primeira viagem em uma campanha majoritária, sabe que o partido tem que trabalhar muito mais. O partido precisa voltar a ocupar as ruas desse País como sempre fizemos", disse, durante coletiva de imprensa ao lado do petista e de Eduardo Suplicy, que concorre à reeleição por uma vaga no Senado.

Segundo Lula, o lugar do PT "não é no gabinete". "O lugar do PT é na rua, conversando com o povo, politizando com a sociedade, discutindo os problemas bons e mais com a sociedade", disse.

Lula destacou que Padilha é jovem e tem que continuar em campanha até amanhã. "Estou convencido de que estamos em situação confortável. A Dilma (Rousseff) tem todas as condições de ganhar as eleições. Ainda acreditamos que o Padilha pode disputar o segundo turno em São Paulo", disse.

O ex-presidente lembrou que em 2006, quando ele disputou a presidência com o atual governador Geraldo Alckmin, no segundo turno, ele conseguiu uma vantagem significativa. "Algumas pessoas achavam que o Alckmin ia me passar no segundo turno. Nós conquistamos 12 milhões de votos e ele perdeu três milhões de votos. Porque a coisa fica mais clara, ideológica", disse.

Críticas a Alckmin

Lula voltou a fazer críticas a Alckmin e reconheceu que a oposição na Assembleia Legislativa poderia ser mais atuante. "São Paulo é um estado sui generis. Quem faz política em São Paulo sabe que qualquer governador de Estado é uma personalidade importante do Estado e qualquer Assembleia Legislativa é muito importante em qualquer Estado. Em São Paulo, não", disse.

O ex-presidente disse ainda que Alckmin "é uma figura exótica do ponto de vista político". "Nada é da responsabilidade dele. Tudo que acontece de bom, ele aparece dando um 'pitaquinho'. Tudo que é de ruim ele joga a culpa nos outros", afirmou, citando a crise hídrica em São Paulo.

Segundo Lula, a oposição precisa ser mais dura no combate à política em São Paulo. "(precisamos) fazer mais a política cotidiana para enfrentar (o governo)".