Um milhão e seiscentos mil eleitores estarão hoje pela primeira vez diante das urnas eletrônicas. O número de jovens com 16 e 17 anos de idade cadastrados na Justiça Eleitoral neste ano é menor do que o verificado nas últimas eleições presidenciais, em 2010, quando 2,3 milhões de eleitores nessa faixa etária votaram. Para esse grupo, o voto é facultativo. Além da redução de mais de 30% registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), muitos dos estreantes têm se mostrado pouco animados com a chance de escolher seus representantes. Para os que decidiram se manifestar sobre a disputa, o histórico dos candidatos na vida pública e opiniões de familiares são os fatores que mais influenciam suas escolhas.
Já os que tiraram o título de eleitor mesmo sem a obrigatoriedade de votar se movimentam por caminhos diversos na hora de escolher os candidatos. Enquanto alguns dizem adotar candidatos escolhidos pelos pais, que consideram ter maior experiência e conhecimento sobre a vida política do país, outros preferem tirar as próprias conclusões, acompanhando as discussões políticas e os debates de perto e buscando saber o que cada candidato já fez em sua trajetória política.
Esse é o caso da estudante Larissa Gonçalves, de 17 anos, que fez questão de tirar o título no ano passado para participar pela primeira vez das eleições. “Procurei avaliar o que será bom para a sociedade de forma geral. Nas últimas semanas, acompanhei bastante o que foi dito por cada um e tentei me inteirar sobre suas propostas”, conta Larissa.
No entanto, ela avalia que o que foi dito nos debates políticos e nas propagandas não foi capaz de empolgar. “Infelizmente, não houve nenhum que me convencesse muito. Achei que tanto os candidatos ao governo de Minas quanto os que disputam a Presidência se concentraram mais em criticar seus adversários. Eles tentam mostrar que os outros são ruins e dão pouca atenção para suas próprias ideias. Ficamos sem opção”, comenta Larissa.
Os estudantes Bruno Campos, de 17, e Bárbara Franco, de 18 anos, também votarão pela primeira vez hoje e apostaram em uma investigação sobre o histórico dos candidatos na hora de definir seus votos. “Gosto de acompanhar debates e o noticiário político, mas o mais importante é conhecer o que cada um fez nos últimos anos. A maioria já esteve em cargos públicos e é preciso saber se eles cumpriram suas promessas de campanha quando foram eleitos”, diz Bruno Campos.
Já Barbara admite que tem acompanhado pouco os debates, mas também aponta a informação sobre a trajetória de cada candidato como o principal fator para sua escolha. “Ver o que eles fizeram quando foram parte de governos é muito importante. As pessoas devem se lembrar bem do que fizeram seus representantes. Nesta eleição, vou procurar escolher uma administração diferente do que temos no governo federal. Acho que as mudanças são necessárias”, opina a estudante.
A inexperiência em eleições fez com que Maria Luiza Pinheiro, de 16, buscasse com seus familiares opiniões sobre os candidatos que disputam as eleições de hoje. A estudante diz que chega a seu primeiro pleito sem tanto entusiasmo com o cenário político do país. “Ouvi o que meus pais tinham a dizer sobre as eleições e as opções de voto. Como eles já acompanham política há mais tempo do que eu e conhecem bem a história dos candidatos e dos partidos, preferi confiar em suas avaliações”, diz Maria Luiza.