Jornal Estado de Minas

Com a ajuda de fones de ouvido, pessoas com deficiência visual votam no Rio

AgĂȘncia Brasil
Pessoas com deficiência visual, na cidade do Rio de Janeiro, votam sem dificuldade no Instituto Benjamim Constant, na Urca. O local, que durante o ano é referência no ensino de pessoas com pouca ou nenhuma visão, abriga hoje quatro seções de votação. A expectativa é receber cerca de 800 eleitores – 40% deles, deficientes. As seções são equipadas com fones de ouvido. Bombeiros militares também auxiliam no acesso dos eleitores.
O aposentado Jose D'Assunção Rocha, que é deficiente, contou que usou o fone para votar. Ele se apresentou com a cola em braile, com o número de todos os candidatos. Disse que baseou as escolhas em programas de televisão, rádio e nas ações dos candidatos durante o ano. "Tenho um aparelho em casa que permite fazer essa impressão (em braile) no papel."

A supervisora do local de votação, Maria Teresa Ramos, explicou que todas as urnas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm o teclado em braile. "Se a pessoas quiser usar o fone, ela avisa a mesa, o presidente digita um código para que o aúdio comece a funcionar."

Maria Teresa também esclareceu que, no caso de deficiente, se a pessoa tiver um acompanhante, que seja de confiança, essa pessoa pode acompanhá-lo na votação. "Isso fica a critério do deficiente. Mas, geralmente, eles não gostam."

Ex-aluno do Benjamin, Wilson Silva Ferreira, de 40 anos, também votou em braile, com auxílio do fone e não teve problemas. "As teclas são compostas com sistema braile e, para mim, que tem baixa visão, ajuda muito", contou. Ele disse que não precisou de cola e "gravou de cabeça" os números dos candidatos.

Para facilitar o acesso de pessoas com deficiência ao Benjamim Constant, a região em torno do instituto é adaptada. A calçada tem piso tatil, que direciona a pessoa, por meio de indicações salientes no chão, e um sinal de trânsito sonoro nas imediações também dá segurança aos eleitores.