Alguns jornais e sites de notícias internacionais dão destaque a indefinição do eleitorado e de eventual segundo turno nas eleições presidenciais no Brasil, na esteira da ascensão de Marina Silva após a morte do candidato ao PSB, Eduardo Campos.
O site do El País faz acompanhamento quase em tempo real das eleições no País em sua versão em português. Na página principal da versão em Espanhol, o El País tem como manchete: "Brasileiros decidem hoje quem irá para o segundo turno concorrer com Rousseff". O jornal francês Le Monde chama Dilma de "Angela Merkel sul-americana de esquerda" e destaca a recente recuperação nas pesquisas da presidente, citando ter sido capaz de "dar uma virada, lenta e pacientemente, apesar de resultados econômicos decepcionantes".
O site da revista britânica The Economist diz que o avanço do candidato do PSDB, Aécio Neves, em relação à Marina, conforme mostraram as pesquisas de ontem, é "mais uma reviravolta da campanha eleitoral, que teve mais mudanças do que as telenovelas brasileiras". O restante da reportagem está concentrada em descrever o esforço do candidato do PSDB em sua campanha e sobre como defendeu-se de Marina durante sua campanha.
O El País ressalta que uma parte dos eleitores não sabem em quem votar e que o jovens, protagonistas dos protestos no ano passado, podem decidir o pleito, já que representam 39,4% dos eleitores. Ao mesmo tempo lembra que a Justiça Eleitoral está preocupada com a queda no número de eleitores, citando o recorde de abstenção no segundo turno das eleições de 2010, que chegou a 29 milhões.
O El País, na versão em português, traz ainda entrevista com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Dias Toffoli, na qual diz que Lei do Ficha Limpa poderia ser aperfeiçoada, por meio da ampliação para 30 dias ou 45 dias no prazo antes das eleições para a substituição de um candidato que renuncie ou seja declarado inelegível pela Justiça. Na entrevista, Toffoli também comentou sobre os protestos de junho de 2013, dizendo que mostraram que os jovens querem participar mais da vida política e tomar decisões. Segundo Toffoli, o custo das eleições se assemelham as de 2010, tendo ficado em torno de R$ 650 milhões.
O site da Reuters comenta sobre o impasse em relação ao candidato que deverá concorrer ao segundo turno, se de fato Dilma Rousseff não conseguir se eleger no primeiro turno hoje, como indicam as pesquisas de intenção de voto. A Reuters coloca ainda em foco a queda na popularidade do governo de Dilma em consequência do enfraquecimento da economia e compara com o desempenho da atividade durante o governo Lula. De qualquer forma, cita que parte do eleitorado de Dilma vem da popularidade de Lula.