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Estado de Minas

Sistema de biometria falha em vários estados e demora para votar chega a duas horas

Dificuldades foram relatadas em vários municípios no reconhecimento da digital ou mesmo em impossibilidade de utilizar o sistema


postado em 05/10/2014 16:10 / atualizado em 05/10/2014 16:32

Um total de 21, 6 milhões de eleitores brasileiros, ou 15,2%, já estavam aptos a utilizar as urnas biométricas – sistema que identifica o eleitor pela impressão digital e é usado para evitar que uma pessoa vote no lugar de outra –, mas parte deles não conseguiu ou relatou problemas para votar no novo sistema.

Neste pleito, a biometria começou a funcionar em 762 municípios de unidades da Federação - 15 delas capitais (Aracaju, Boa Vista, Brasília, Curitiba, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Natal, Palmas, Porto Velho, Recife, Rio Branco, São Luís e Teresina). Em Minas Gerais, eleitores de cinco cidades votaram no novo sistema: Brás Pires (Zona da Mata), Divinópolis (região Oeste), Dores do Turvo (Zona da Mata), Senador Firmino (Zona da Mata) e Tapira (Triângulo). Nas eleições gerais de 2010, apenas 1,1 milhão de eleitores estavam cadastrados no novo sistema – a implantação teve início em municípios pequenos.

Para evitar problemas, houve revisão do cadastro biométrico. Ainda assim, dificuldades foram relatadas em vários municípios no reconhecimento da digital ou mesmo em impossibilidade de utilizar o sistema. Como a Justiça Eleitoral não pode impedir eleitores legítimos de votar por falhas técnicas, o equipamento tem um dispositivo que permite ao mesário liberar o voto com a utilização de uma senha.

Lentidão e filas

Logo pela manhã, o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) informou que eleitores de Brasília enfrentam dificuldades e lentidão em algumas seções devido ao sistema. Segundo o órgão, das 6.427 urnas do DF, 19 (ou 0,29% do total) apresentaram problemas na leitura das digitais, mas apenas uma delas precisou ser trocada. O TRE reconheceu que em alguns colégios eleitorais houve problemas de fila e demora para votar, mas informou também que as questões foram resolvidas.

Também os eleitores de Niterói, no Grande Rio, enfrentaram filas grandes para votar por conta do processo de identificação biométrico. O tempo de espera nas filas chegou a 2 horas. A cidade tem mais de 354 mil eleitores, mas nem todos fizeram o cadastramento da digital - quem não fez não pôde votar. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio informou que a demora foi relatada e não divulgou o percentual de eleitores que ficaram sem votar em Niterói devido ao não cadastramento no novo sistema.

No Tocantins, 388,8 mil dos 993,3 mil eleitores participam da identificação biométrica. Até o início da tarde de ontem, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO) havia trocado oito urnas em todo o Estado. Apesar das dificuldades, a meta do TSE é cadastrar todos os eleitores do país já para as eleições de 2018. Segundo o órgão, a biometria confere ainda mais segurança à identificação do eleitor no momento da votação, tornando praticamente inviável qualquer tentativa de fraude.


O sistema começou a ser testado em 2008, quando mais de 40 mil eleitores de Colorado do Oeste (RO), Fátima do Sul (MS) e São João Batista (SC) foram identificados pelas digitais nas eleições municipais daquele ano. Em 2010 e 2012, a tecnologia foi ampliada e, em 2012, alcançou mais de 7,7 milhões de eleitores de 299 municípios de 24 estados.

Atualmente, o Distrito Federal e os seguintes estados já têm municípios com eleitores cadastrados no sistema biométrico: Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.


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