Somente cinco dos 10 senadores que tentaram a reeleição conseguiram renovar o mandato. Entre os cinco derrotados estão nomes históricos no Senado, como Eduardo Suplicy (PT-SP), Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Nas eleições de ontem estavam em jogo 27 cadeiras das 81 do Senado e um símbolo da renovação é a saída do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), que será substituído por Davi Alcolumbre (DEM-AP). Outro nome histórico que deixa a Casa é Francisco Dorneles (PP-RJ) que dá lugar ao ex-jogador e deputado federal Romário (PSB-RJ).
Anastasia bateu Josué Alencar (PMDB) filho do ex-vice-presidente, José Alencar, que teve 40% dos votos válidos. O tucano entrará na vaga do falecido Eliseu Resende (DEM). Após a morte de Resende, em 2011, o primeiro suplente Clésio Andrade (PMDB) ocupou a cadeira. Porém, Clésio pediu licença para tratamento de saúde e o atual senador é o tucano Antônio Aureliano.
Em São Paulo, Eduardo Suplicy deixa o senado depois de mais de 20 anos, derrotado pelo ex-ministro José Serra. O petista teve 32% dos votos válidos ante 58% do tucano. O ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD) teve apenas 6%. Além de São Paulo, o PT deixou de ter as cadeiras no Acre (Aníbal Diniz) e no Espírito Santo (Ana Rita), mas conseguiu vencer no Pará, com Paulo Rocha, e no Rio Grande do Norte, com Fátima.
Outro político tradicional derrotado foi o pernambucano Jarbas Vasconcelos, que perdeu a vaga para o ex-ministro Fernando Bezerra (PSB). Os socialistas, aliás, conseguiram eleger três senadores, sendo um deles o fluminense Romário (PSB), que teve mais de 60% dos votos válidos batendo o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM).
O ex-jogador de futebol substituirá Francisco Dorneles (PP), tio do candidato à Presidência da República Aécio Neves. “Eu posso afirmar que, no Senado, vocês vão ver um Romário mais determinado, um Romário sempre lutando para trazer, através de emendas, ajudas para o nosso estado. Eu vou ser um grande representante desse povo, como não foi diferente como deputado”, afirmou após votar no Rio de Janeiro.
No Sul do Brasil, o gaúcho Pedro Simon tentava o quinto mandato de senador, sendo que foi eleito pela primeira para o Senado em 1979 e entrou na vida pública em 1963 como deputado estadual no Rio Grande do Sul. Porém, o peemedebista ficou apenas em terceiro lugar com 16% dos votos válidos, atrás do ex-governador Olívio Dutra (PT), que teve 35%, e do eleito Lassier Martins (PDT), com 37% dos votos válidos. O partido fundado por Leonel Brizola ampliou sua bancada de seis senadores para sete.
Dois políticos experientes que tinham o mandato se encerrando neste ano conseguiram se reeleger. O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB) garantiu mais oito anos no Senado vencendo a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) por 57% a 34% dos votos válidos. A ruralista Kátia Abreu (PMDB) também conseguiu mais oito anos no senado, sendo reeleita no Tocantins.
BANCADA O PMDB foi o partido que mais elegeu senadores. Dos 27 cargos em disputa, o partido elegeu cinco, seguido do PDT e do PSDB, que elegeram quatro cada um. O PMDB permanece com a maior bancada, com 19 senadores, seguido do PT, com 12, e do PSDB, com 10. A bancada é provisória até o fim do segundo turno, mas o crescimento do PSB, que passou de quatro para sete senadores foi um dos destaques do pleito. Já a bancada do PTB minguou, passando de seis para três
Porém, a mudança pode ser maior. Vários senadores com mandato até 2019 concorreram a outros cargos, principalmente de governador. Dois deles foram eleitos no primeiro turno: Pedro Taques (PDT-MT) e Wellington Dias (PT-PI).Outros oito senadores estão disputando o segundo turno. Por isso, o tamanho das bancadas no Senado no ano que vem continua indefinido, já que muitos suplentes não são do mesmo partido dos titulares – que poderão deixar o cargo.