Derrotada nas eleições presidenciais, Marina Silva (PSB) sinalizou na noite de ontem apoio ao candidato do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno do pleito, apesar de não ter dado respostas diretas sobre o tema. Após o fechamento das urnas, em São Paulo, a ex-senadora indicou também que a condição para fechar uma aliança com o tucano passaria pela incorporação, por parte do candidato tucano, de pontos do programa de governo do PSB. “Eu assumi a postura de não me recolher numa anticandidatura, o que pode ser uma tendência. Assumi o compromisso da mudança indo apoiar Eduardo Campos”, disse, durante coletiva de imprensa, ao ser questionada sobre a possibilidade de permanecer neutra na disputa, como fez em 2010. Marina obteve 22.176.613 votos.
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Na entrevista coletiva depois do fechamento das urnas, em que mostrou-se aliviada depois da desgastante campanha, Marina disse continuar “de pé”. “Neste momento, não estou aqui como derrotada, mas como alguém que sabe que continua de pé porque não teve que abrir mão dos princípios para ganhar uma eleição”, disse. Depois de ter sido apontada em empate técnico com a adversária do PT em pesquisas, Marina acabou na terceira colocação na corrida, com 21,32% dos votos válidos.
Marina abriu seu pronunciamento agradecendo ao seu vice, Beto Albuquerque, aos militantes do PSB e da Rede Sustentabilidade e a sua família. A ex-senadora lembrou também do acidente aéreo de 13 de agosto, no qual morreu o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que, até então, encabeçava a chapa do PSB à Presidência. Emocionada, ela disse que, ao longo da campanha, fez “de tudo para honrar o legado político de Campos. Ela destacou que, mesmo tendo se tornado alvo de ataques, se esforçou para não entrar em um clima de “embate”. “Chegamos até aqui em circunstâncias difíceis, de conhecimento público. Diante disso, mobilizarmos nossa campanha em torno de um programa”, relatou.
Pela manhã, depois de votar na sede do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Rio Branco, capital do Acre, Marina Silva procurou demonstrar otimismo sobre a hipótese de ir para o segundo turno, embora os números divulgados pelos institutos de pesquisa no sábado já apontassem a consistente subida de Aécio Neves e a queda da socialista nas intenções de voto dos eleitores. Ao sair da seção eleitoral, ela fez ataques à adversária petista, Dilma. Ainda no local, a candidata reclamou de intimidações e constrangimentos a que teria sido submetida pelos adversários.
“A democracia serve para melhorar a própria democracia, e não criar uma situação de constrangimento, como meus adversários fizeram”, disse. Recebida por eleitores que gritavam seu nome, Marina chegou à seção eleitoral às 8h37, acompanhada do pai, Pedro Augusto, e do marido Fábio Vaz. Antes de entrar na sessão de votação, sorridente, posou para fotos ao lado de eleitores. Logo depois de cumprimentar os mesários, fez o “V” da vitória.
Com agências