O PMDB de Minas Gerais vai esperar apenas a formação da comissão de transição de governo para apresentar a conta pelo apoio ao PT nas eleições ao Palácio Tiradentes. O deputado federal Antonio Andrade (PMDB), vice de Fernando Pimentel (PT), que bateu o tucano Pimenta da Veiga ainda na disputa de primeiro turno no domingo, deverá ser o mediador entre petistas e peemedebistas nas negociações.
Um dos sonhos do partido é comandar ao menos parte da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). “Nessa aí até o papa Francisco está falando”, ilustra um integrante do partido. Fazem parte do primeiro escalão da estatal, além da presidência e vice, as diretorias de Distribuição, Geração e Transmissão, Comercialização, Gestão Empresarial, Comunicação, Finanças, Jurídica e Novos Negócios. Neste último caso, a indicação é por conta de um dos sócios do estado na empresa, a construtora Andrade Gutierrez. O nome, porém, precisa ser aceito pelo governador.
Na empresa, os rumores são de que presidente, vice e todos os diretores serão substituídos. Existe a expectativa de que o Sindicato dos Eletricitários do Estado de Minas Gerais (Sindieletro-MG) possa ter influência na indicação de um dos nomes. Além da Cemig, o governo do estado vai indicar também parte do comando da Light, a estatal fluminense de energia, controlada pela empresa mineira.
Ainda sem nomes cogitados, é provável que o PMDB fique com as secretarias de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Defesa Social e ainda a de Meio Ambiente. O partido quer ainda a presidência do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER).
Já dentro do PT, Pimentel trabalha com pelo menos quatro indicações: José Afonso Bicalho para Fazenda, Reginaldo Lopes para a Educação, Murilo Valadares para Transportes e Obras Públicas e Marco Antonio Crocco para Planejamento e Gestão. Bicalho e Valadares ocuparam secretarias correlatas na gestão de Pimentel na Prefeitura de Belo Horizonte. Lopes é o deputado federal com maior votação em Minas Gerais. Crocco, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi o coordenador do plano de governo petista. Pasta de Turismo e Esportes deverá ficar com o PC do B, repetindo indicações já feitas pelos governos petistas no plano nacional.
O procurador-geral da Prefeitura de Belo Horizonte na administração de Pimentel, Marco Antonio Rezende, seria o indicado para a Advocacia Geral do Estado (AGE). No entanto, segundo a Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais (Apeminas), o cargo só pode ser ocupado “por integrantes concursados da carreira de procurador do Estado de Minas Gerais”, conforme diz nota da entidade.