Jornal Estado de Minas

CPI da Petrobras aguarda resposta do STF para acesso à delação de ex-diretor

presidente da CPI, senador Vital do Rêgo, alega que é fundamental para o desenvolvimento dos trabalhos de investigação ter conhecimento do conteúdo da delação premiada

Com a homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do acordo de delação premiada entre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o Ministério Público Federal, o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), aguarda a resposta do ministro Teori Zavascki sobre o novo pedido de acesso às informações prestadas por Costa enviado nessa segunda-feira.
No documento, Vital do Rêgo repetiu os argumentos já apresentados na primeira tentativa em setembro, como o de que a obtenção dos depoimentos é fundamental para o desenvolvimento dos trabalhos de investigação. Para o senador, não há mais motivos para impedir o compartilhamento do material. “Entendo que ao final da homologação da delação premiada, criamos um fato jurídico perfeito. A homologação passa a existir. Se ela existe, ela tem que estar nos autos . Estando nos autos, teremos acesso”, disse Vital.

Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro, apresentou indícios de envolvimento de autoridades, incluindo parlamentares, em irregularidades na Petrobras, investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Os procuradores da República no Paraná avaliam, agora, se fecham acordo de delação premiada com o doleiro Alberto Youssef, outro personagem nas denúncias de corrupção na Petrobras. Youssef está preso em Curitiba e também manifestou interesse em colaborar com as investigações em troca de redução de penal numa eventual condenação.

Nesta quarta-feira, a CPMI retoma as atividades com o depoimento da ex-contadora do doleiro, Meire Poza. As perguntas serão feitas com base no material enviado pela 13ª Vara Federal em Curitiba, que traz a íntegra do depoimento prestado por Meire Poza ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato.

Com Agência Brasil