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CPI da Petrobras aguarda resposta do STF para acesso à delação de ex-diretorCPI da Petrobras volta a pedir acesso à delação de CostaAlberto Youssef diz que Lula foi pressionado a indicar Paulo Roberto CostaEx-diretor da Petrobras deixa o Rio para depor sobre contratos da estatalDiante da confirmação do acordo, a defesa da Petrobras fez novo pedido de acesso aos depoimentos. A alegação é que a estatal não conseguiria "subsidiar suas próximas deliberações internas e públicas". A estatal avaliou ainda que não teria condições de "seguir um rumo seguro de atuação sem que lhe seja possibilitado o conhecimento do depoimento de um ex-diretor seu, ainda mais quando seu teor provavelmente diz respeito ao período de sua atividade (lícitas ou ilícitas) na empresa", informa a petição apresentada pelo escritório de advocacia que representa a estatal no processo.
O documento também relativiza o teor das declarações de Paulo Roberto Costa. A petição indica que a "validade ou a verdade" da delação "estejam sujeitas a confirmação por parte deste Juízo", em referência à 13ª Vara da Justiça Federal, responsável pela ação. O argumento da estatal é que a privação de acesso aos documentos "prejudica, finalmente, o próprio contraditório, já que as partes não terão condições de comparar o teor do depoimento de colaboração com o interrogatório que será ainda prestado pelo acusado".
Paulo Roberto Costa participa nesta quarta-feira, 8, de audiência sobre a principal ação penal relacionada à Operação Lava Jato. A Petrobras não é parte desse processo, ou seja, ela não é citada como ré ou beneficiada. Mas, argumenta a petição, como é "parte interessada", por ter sido objeto de desvios e ações ilícitas, teria direito a acessar os documentos.
O ex-diretor não poderá permanecer calado, como fez em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga no Congresso as denúncias de corrupção na Petrobras. Será o primeiro depoimento público de Costa sobre o caso. Entretanto, o depoimento pode ser adiado se a defesa de Paulo Roberto Costa solicitar, o que não aconteceu, até o momento. O advogado que representa o ex-diretor, João Mastieri, afirmou que iria conversar hoje com o juiz Sérgio Moro sobre o tema.
Também citados nas investigações da Operação Lava Jato referentes à refinaria de Abreu e Lima, os sócios Márcio Bonilho e Murilo Barrios, solicitaram o adiamento da audiência. Ambos são empresários ligados ao Grupo Sanko, que teria participado do esquema de desvios de recursos da refinaria por meio de contratos superfaturados. Segundo os advogados dos empresários, os depoimentos seriam prejudicados pois não houve tempo hábil para acessar os laudos técnicos sobre os desvios de recursos.
O pedido, entretanto, foi negado. De acordo com o juiz Sérgio Moro, responsável pela ação, "não se justifica suspender o interrogatório apenas para aguardar eventual manifestação da defesa sobre o laudo". O juiz afirmou ainda que "o processo é uma marcha para frente e não se justifica sustá-lo sem um motivo concreto".