A contadora Meire Poza admitiu nesta quarta-feira, 8, em depoimento à CPI mista da Petrobras, ter emitido R$ 7 milhões em notas frias em serviços prestados para empresas do seu ex-cliente, o doleiro Alberto Youssef. Meire fez questão de destacar que a prática foi uma "exceção" na sua atividade profissional e ressaltou que sua empresa tem atividade regular.
Após o comentário da ex-contadora do doleiro, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), questionou a contadora sobre o montante em notas fiscais regulares que ela emitiu. Meire Poza, entretanto, não soube precisar e disse que poderia "levantar isso". "A senhora faz parte do esquema, se a senhora emitiu nota fria, a senhora é investigada", acusou Cunha.
Meire, que depõe como testemunha, protestou. O peemedebista retrucou novamente e disse que a CPI está tratando como "informante alguém que faz parte do esquema". Ele anunciou que o PMDB vai apresentar um requerimento de quebras de sigilo fiscal e bancário das empresas da ex-contadora de Youssef e pedir ainda à Polícia Federal o inteiro teor dos depoimentos que ela prestou no curso da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
"Estamos aqui com uma fornecedora de nota fiscal fria. Ela já admitiu o que é, uma ré confessa", atacou Cunha. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), saiu em defesa de Meire Poza, destacando que ela está "prestando um serviço ao País".
"Não dá para continuar com uma quadrilha na Petrobras e até agora não descobrimos qual é o chefe da quadrilha", afirmou ele, ao frisar que a CPI tem é de aprovar um requerimento de quebra de sigilo das empreiteiras. Bueno ressalvou que, se Meire tiver envolvimento no esquema, terá de pagar também por isso.