Leia Mais
Ex-diretor da Petrobras chama delator de 'dedo-duro'Ex-presidente da Petrobras repudia ligação da estatal com crimePT ganhava entre 2% e 3% de propina em contratos, revela ex-diretor da PetrobrasEx-diretor da Petrobras cita propina a PT, PMDB e PPPartidos estão na lista de propinas da PetrobrasEsquema de propinas da Petrobras financiou campanha do PT, PP e PMDBPetrobras pede acesso à delação de Paulo RobertoContrato detalha esquema de pagamento de propinas na PetrobrasJuiz libera acesso à depoimentos de Costa e YoussefDefesa reafirma que delação premiada de Costa é ilegalDeflagrada no dia 17 de março, a operação da PF descobriu esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. O esquema, segundo a PF, era comandado pelo doleiro, que está preso no Paraná e aceitou assinar acordo de delação em troca de redução da pena.
No entanto, o depoimento de ontem, ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba e responsável pelo caso, não está relacionado ao acordo delação. Paulo Roberto Costa também prestou depoimento em Curitiba nessa quarta. Alberto Youssef usou as expressões agentes políticos e agentes públicos em referência a outros envolvidos na investigação sobre desvios de dinheiro de contratos da Petrobras. Os termos foram usados por recomendação do juiz Sérgio Moro para manter o sigilo dos nomes de outros envolvidos. Como têm foro privilegiado, os nomes desses agentes políticos devem ser revelados posteriormente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O doleiro destacou que era apenas uma “engrenagem” na operação e que outras pessoas estavam acima dele e de Paulo Roberto Costa. “Não sou mentor ou chefe da organização criminosa. Tinha gente mais elevada, inclusive acima do Paulo Roberto Costa, no caso agentes públicos".
Perguntado se em outras diretorias havia operação semelhante à que ocorria na Diretoria de Abastecimento, Youssef respondeu: “Não operei em outra diretoria, mas sei que existiam os mesmos moldes. Sei por conta dos próprios empreiteiros, os próprios operadores”. O juiz perguntou novamente se os empreiteiros afirmavam que havia esquemas semelhantes em outras áreas e o doleiro confirmou. “Sim. Em todas as áreas, tanto na Internacional quanto na de Serviço”.
Youssef também detalhou o repasse do dinheiro pago por empresas vencedoras de licitações da Petrobras. Segundo ele, elas combinavam quem ganharia a licitação, e a vencedora pagava 1% do valor total da obra contratada. Segundo o doleiro, ele, Costa e os agentes políticos, cujos nomes não revelou, recebiam esse percentual a título de comissão.