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Estado de Minas

PT, PMDB e PSDB antecipam a briga para ver quem assumirá a Presidência da Casa em 2015


postado em 12/10/2014 06:00 / atualizado em 12/10/2014 08:28

Eduardo Cunha (PMDB) e os petistas Arlindo Chinaglia e Marco Maia, integrantes das maiores bancadas, são os primeiros a entrar na guerra(foto: Beto Oliveira/Divulgação - 26/8/11 Paulo de Araújo/CB/DA Press - 10/11/11 Laycer Tomaz/Agência Câmara - 18/12/12)
Eduardo Cunha (PMDB) e os petistas Arlindo Chinaglia e Marco Maia, integrantes das maiores bancadas, são os primeiros a entrar na guerra (foto: Beto Oliveira/Divulgação - 26/8/11 Paulo de Araújo/CB/DA Press - 10/11/11 Laycer Tomaz/Agência Câmara - 18/12/12)


Brasília –
Independentemente de quem sair vitorioso das urnas na corrida presidencial, o PDMB desempenhará papel central no jogo de forças partidárias na Câmara dos Deputados. Atualmente na base da presidente Dilma Rousseff (PT), a legenda já é alvo da cobiça do PSDB – caso o tucano Aécio Neves seja eleito no dia 26, quer garantir apoio ao Palácio do Planalto nas votações. Cientes do peso de serem a segunda maior bancada da Casa (66 parlamentares eleitos ou reeleitos no dia 5), os peemedebistas já costuram acordos para garantir o comando da Mesa Diretora. O PT, porém, avalia brigar pela cadeira.


Tradicionalmente, o mandato de presidente da Câmara é reservado à maior bancada (veja quadro), o que dá ao PT o poder do cargo. Nos últimos dois anos, no entanto, o partido abriu mão do mandato em acordo com o PMDB, do vice-presidente da República, Michel Temer. Foi assim que Henrique Eduardo Alves (RN) chegou ao posto. Os peemedebistas querem garantir mais dois anos no comando. O objetivo é emplacar Eduardo Cunha (RJ), atual líder da legenda. Conhecido como pedra no sapato da presidente Dilma, por dificultar votações de interesse do Planalto, ele já enfrenta a resistência do PT.

Emissários de Dilma na Casa já estão dando o recado aos aliados peemedebistas. “Elegemos a maior bancada (70 deputados) e, tradicionalmente, a presidência cabe ao maior partido. Por ora, Arlindo Chinaglia (SP) e Marco Maia (RS) são os nossos nomes”, diz um cacique petista. Maia foi presidente da Câmara entre 2011 e 2012. Hoje, ocupa espaço que pode ser determinante para a sua escolha. É o relator da CPI mista da Petrobras, que tem como objetivo investigar supostos casos de corrupção na empresa com a participação de nomes do partido.

Chinaglia também é peça-chave do partido na Câmara. Ele deixou a liderança do governo para assumir a vice-presidência da Casa depois de o deputado André Vargas (sem partido-PR) deixar o cargo após ter revelada a ligação com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava a Jato. A escolha de Chinaglia para o cargo foi associada a acordo interno de que ele não seria necessariamente o nome do PT para a eleição da presidência no ano seguinte. Apesar da ressalva, ele se fortaleceu para a briga. A eleição de um petista, porém, deve ficar mais difícil caso Aécio seja eleito presidente.

TUCANOS Nesse caso, o PSDB já prevê formar um bloco com DEM para emplacar um nome na Presidência da Casa. O partido elegeu 54 deputados e será a terceira maior bancada. Com o DEM, somaria 76 parlamentares. “As eleições presidenciais terão um peso enorme na definição da Presidência da Câmara. Até lá, muitos partidos podem até mudar de lado”, ironiza um tucano. O líder do partido na Casa, Antonio Imbassahy (BA), é um dos nomes que reúne a simpatia de colegas, mas a legenda conta ainda com a possibilidade de arregimentar peemedebistas para uma aliança. Parte do PMDB na Câmara já está apoiando Aécio nos estados. É o caso, inclusive, de Eduardo Cunha.

O deputado faz parte do movimento “Aezão” no Rio, que defende o voto casado para Luiz Fernando Pezão (PMDB) à reeleição ao governo do Rio de Janeiro e para Aécio na Presidência. Deputado mais votado da legenda, Cunha já garantiu, pelo menos, consenso na própria bancada. “É um excelente líder. Sempre ouviu a bancada e defendeu nossas posições. Se conseguirmos a Presidência novamente, ele é nosso nome”, diz um peemedebista.

Saiba mais

Como é a escolha do presidente da Câmara

» Os deputados escolhem o presidente por meio de eleição, que ocorre na segunda sessão da legislatura. Em 2015, deve ocorrer em 2 de fevereiro
» A votação é secreta
» O mandato é de dois anos
» De acordo com o regimento, a composição da Mesa deve ser, “tanto quanto possível”, proporcional ao tamanho dos partidos. Ou seja, o presidente deve ser da legenda com maior número de deputados. O vice-presidente deve ser da segunda maior bancada, e assim sucessivamente. Mas acordos internos podem alterar essa lógica
» Caso o primeiro colocado não obtenha maioria absoluta, há um “segundo turno” entre os dois mais bem votados, no mesmo dia
» O eleito é empossado imediatamente.

O peso do presidente da Câmara

» É ele que define a pauta de votação de projetos
» Tem poder de barganha em relação ao Palácio do Planalto
» É quem fala coletivamente pela instituição
» Com os holofotes do cargo, ganha capital político e eleitoral
» Tem poder de agilizar ou retardar uma CPI

Os donos dos últimos 10 mandatos na presidência

2013/2014 Henrique Eduardo Alves (PMDB-AL)
2011/2012 Marco Maia (PT-RS)
2009/2010 Michel Temer (PMDB-SP)
2007/2009 Arlindo Chignalia (PT-SP)
2005/2007 Aldo Rebelo (PCdoB-SP)
2005 Severino Cavalcanti (PP-PE)
2003/2005 João Paulo Cunha (PT-SP)
2002/2003 Efraim de Morais (DEM-PB)
2001/2002 Aécio Neves (PSDB-MG)
1999/2001 Michel Temer (PMDB-SP)
1997/1999 Michel Temer (PMDB-SP)

Fonte: Câmara dos Deputados


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