Jornal Estado de Minas

Aécio diz estar pronto para ataques de Dilma

Em campanha no Sul, senador critica a candidata do PT e faz elogios a Marina Silva

Leonardo Augusto
Aécio Neves fez selfies com jovens na Sede Nacional da Pastoral da Criança, em Curitiba, no Paraná, onde venceu a disputa no primeiro turno - Foto: Igo Estrela/Coligação Muda Brasil
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, reafirmou ontem que a presidente Dilma Rousseff (PT) está “à beira de um ataque de nervos”. Ele fez campanha em Curitiba e disse estar pronto para enfrentar os ataques da petista na reta final da disputa presidencial. O candidato voltou a comemorar o apoio da ex-senadora Marina Silva (PSB), terceira colocada no primeiro turno.

“No que depender de mim, serei muito firme na defesa dos nossos projetos, mas, infelizmente, o que

estamos assistindo no campo situacionista hoje é uma candidata à beira de um ataque de nervos, que, indiretamente, volta a fazer aquilo que foi sempre a principal arma do PT, não apenas contra mim, foi contra o Eduardo (Campos) e contra a Marina (Silva). Mas comigo isso não vai pegar”.

Aécio Neves disse não saber qual será o papel do PMDB em um eventual governo tucano. “Sinceramente, nem pensei nisso. A minha relação é com as forças políticas que estão no nosso entorno. Estou extremamente honrado com os apoios que tenho recebido desde que saiu o resultado das urnas", disse o candidato. A declaração de Aécio veio horas depois de seu anfitrião na tarde de ontem, o governador Beto Richa, afirmar que não é preciso excluir o PMDB em um eventual governo do PSDB. Segundo o governador reeleito do Paraná, existem bons políticos no partido de Michel Temer. “Dá sim para fazer uma boa composição partidária que garanta a governabilidade a partir do Congresso Nacional, em altíssimo nível”.

Aécio destacou ainda o apoio de Marina Silva. Afirmou que é possível que os dois se encontrem ainda esta semana. Depois de afirmar que o acordo de Marina não é  eleitoral, mas para “o futuro”, o candidato do PSDB esclareceu que a declaração não quer dizer que haverá uma participação da ex-senadora em seu governo. “A forma como Marina veio honra a boa política brasileira. Não pediu absolutamente nada, não insinuou absolutamente nada em relação a cargos. Estamos fazendo algo muito maior”, disse o candidato.

O tucano afirmou que, caso ficasse fora da disputa do segundo turno, não tem dúvidas de que estaria ao lado de Marina. Depois de adiar a decisão por uma semana, Marina anunciou apoio a Aécio no domingo. Antes dela, separadamente, ele já havia recebido a adesão do partido dela, o PSB, e da família do ex-governador Eduardo Campos.

O candidato à Presidência chegou ao centro de convenções na Zona Oeste de Curitiba acompanhado dos correligionários Beto Richa e Álvaro Dias, reeleitos governador e senador respectivamente pelo Paraná, além do senador eleito em São Paulo, José Serra.

Agradecimento

Aécio venceu a disputa em primeiro turno no Paraná, com 49,79% dos votos, contra 32,54% de Dilma Rousseff. “Pisando aqui em solo paranaense, pela primeira vez, após o primeiro turno, quero agradecer imensamente ao povo paranaense por essa extraordinária e histórica votação”, afirmou.

O candidato disse ainda que pretende usar os debates – o primeiro será realizado hoje pela Rede Bandeirantes –, para apresentar propostas: “As pessoas querem ouvir o que cada candidato tem a dizer sobre o caminho para melhorar o emprego, o caminho para fazer com que a inflação seja efetivamente controlada, o caminho para a qualidade da saúde pública melhorar e para a criminalidade diminuir”.

Depois do ato político, o candidato esteve na Sede Nacional da Pastoral da Criança, onde assinou o pedido de beatificação da criadora da entidade, Zilda Arns, que morreu em 2010 em um terremoto no Haiti. Ele foi acompanhado do vice-governador eleito do Paraná, Flávio Arns, que é sobrinho de Zilda.