Rio - Se na eleição para presidente da República a disputa neste 2.º turno é, mais uma vez, entre PT e PSDB, no Rio a polarização é outra. De um lado, a Igreja Universal do Reino de Deus. Do outro, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
A polarização Universal x Cabral tem dominado não só os debates, mas também as propagandas dos candidatos. No primeiro programa de TV neste 2.º turno, Pezão não apareceu: dedicou os 10 minutos a uma gravação do Jornal Nacional de 1995 "sobre os métodos de pregação ensinados pelo bispo Edir Macedo, tio de Crivella, para os pastores da Igreja Universal", conforme descreveu a campanha do governador. Na internet, a campanha de Pezão também divulgou o vídeo.
Além disso, sempre que pode, o governador se refere ao adversário como "senador-bispo" Crivella. E Crivella, em debates, já chamou Pezão de "Cabrão", numa referência ao ex-governador.
Nesta segunda-feira, 13, no programa eleitoral, o candidato do PRB delegou ao senador Lindbergh Farias (PT), seu adversário no 1.º turno e agora aliado, o papel de criticar o adversário. "A campanha do candidato Pezão tem muita maquiagem, muito marketing. Esconde, por exemplo, Sérgio Cabral. Esconde o deputado Jorge Picciani, o deputado Eduardo Cunha. É essa turma que vai mandar por trás do Pezão", disse o petista.
Marqueteiro de Crivella, o publicitário Lula Vieira afirmou que a campanha de Pezão "apelou" com os vídeos do fim de semana. "Acho que pegou tão mal que agora estão querendo desistir. Se nossas pesquisas mostrarem que as pessoas estão preocupadas com os ataques ao Crivella, poderemos reagir na mesma moeda. Mas, por ora, as pessoas estão achando tudo isso agressivo", disse.
Pezão alega que está apenas "reagindo às agressões" que sofreu e "mostrando quem está por trás" da candidatura de Crivella.