Segundo o relator, durante o processo, ficou claro que houve quebra de decoro por parte de Argôlo, uma vez que ele atuava, "ora como cliente de Alberto Youssef, recebendo dinheiro para si próprio e outros beneficiários, ora como sócio". O relatório diz que Argôlo intermediava contatos com empresas, tinha suas operações financiadas pelo doleiro e ainda pedia favores, como ajuda para interferir em licitações. "Suas relações com Alberto Youssef, longe de serem apenas referentes à venda de um imóvel, envolveram tráfico de influência, a prática de negócios e pagamentos ilícitos, bem como, possivelmente, corrupção e lavagem de dinheiro. Tais atividades levaram o representado ao cometimento de atos claramente contrários à ética e ao decoro parlamentar", diz o relatório de Rogério. Ele enquadrou o comportamento do deputado do SD da Bahia como crime de corrupção passiva e tráfico de influência.
O documento que pede a cassação se baseou nas interceptações da Polícia Federal (PF), coletadas até as vésperas da prisão do doleiro. Rogério leu em plenário trechos das escutas da Operação Lava Jato.
Durante a sessão, Régis fez um relato da trajetória de vida do deputado do SD, negou que ele tenha recebido R$ 120 mil de Youssef por meio do chefe de gabinete, mas admitiu que o parlamentar fez negócios com o doleiro envolvendo um terreno de R$ 330 mil. O advogado insistiu que Argôlo não tem "nenhum envolvimento com a Petrobras". "O deputado Luiz Argôlo não tem esse nível de influência", afirmou, reforçando que ele tem uma história de vida "completamente diferente da dos envolvidos" no escândalo da Petrobras..