O deputado Marcos Rogério (PDT-RO) apresentou nesta terça-feira ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara parecer recomendando a cassação do mandato do deputado Luiz Argôlo (SD-BA). Argôlo responde a dois processos por quebra de decoro parlamentar por causa da relação com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato. O parlamentar é acusado de receber dinheiro e favores de Youssef.
O documento que pede a cassação se baseou nas interceptações da Polícia Federal (PF), coletadas até as vésperas da prisão do doleiro. Rogério leu em plenário trechos das escutas da Operação Lava Jato. Argôlo não compareceu à sessão, mas o irmão dele Manoelito Argôlo acompanhou o advogado Aluísio Lundgren Régis.
Durante a sessão, Régis fez um relato da trajetória de vida do deputado do SD, negou que ele tenha recebido R$ 120 mil de Youssef por meio do chefe de gabinete, mas admitiu que o parlamentar fez negócios com o doleiro envolvendo um terreno de R$ 330 mil. O advogado insistiu que Argôlo não tem "nenhum envolvimento com a Petrobras". "O deputado Luiz Argôlo não tem esse nível de influência", afirmou, reforçando que ele tem uma história de vida "completamente diferente da dos envolvidos" no escândalo da Petrobras.