“Aqui na 4ª Região (mesma jurisdição federal em que atua Moro), nossa sistemática é a do processo eletrônico, que agiliza as ações penais, principalmente se há réus presos. A mídia identificou as partes mais relevantes dos depoimentos e as divulgou. Não houve vazamento”, disse a juíza Salise Sanchonete, representante do Conselho da Justiça Federal na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), formada por mais de 60 órgãos.
Especialista em lavagem de dinheiro, com livros publicados sobre o tema, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região Fausto Martin De Sanctis afirma que ao juiz “não cabe medos”. “A consciência pública da função judicial pode não levar em conta o natural impacto de sua atuação. O reconhecimento do trabalho judicial vai depender da confiança na integridade do juiz e da Corte, e não na conveniência política”, destaca.
Diferentemente dos depoimentos – em uma ação penal – dados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, que irritaram o PT, as revelações feitas pelos dois na investigação baseada na colaboração premiada não podem ser divulgadas ainda, ressaltou o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp. Somente depois que houver denúncia formal aceita pela Justiça é que as informações se tornarão acessíveis.