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Estado de Minas

Eleições de 2014 tiveram 83% de combinações de alianças partidárias

O índice de "suruba eleitoral" seria ainda maior caso fossem excluídos do cálculo os quatro nanicos de esquerda (PSOL, PSTU, PCB e PCO), que quase não se coligam com nenhuma legenda


postado em 16/10/2014 10:07 / atualizado em 16/10/2014 10:15

São Paulo - A regra das coligações para a eleição de deputado federal torna mais difícil para o eleitor compreender qual partido ele ajuda a eleger com o seu voto. Mas isso acontece apenas porque o leque de alianças partidárias feitas por cada legenda pelo Brasil é enorme. Das 496 combinações possíveis de aliança entre dois partidos quaisquer em ao menos um Estado, 414 (ou seja, 83%) aconteceram nestas eleições.

O índice de "suruba eleitoral" seria ainda maior caso fossem excluídos do cálculo os quatro nanicos de esquerda (PSOL, PSTU, PCB e PCO), que quase não se coligam com nenhuma legenda. Dessa maneira, 99,5% dos 406 casamentos possíveis entre partidos teriam acontecido - as únicas duas exceções seriam PT e PSDB, que não estão juntos em nenhum Estado, e PT e PMN.

"A regra das coligações para deputado federal no Brasil, que não precisam seguir a lógica das alianças para presidente ou mesmo serem iguais em cada Estado, é algo totalmente singular. Não conheço lugar no mundo em que os partidos tenham autonomia para celebrar coligações nacionais para o Congresso desse jeito", afirma o professor de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jairo Nicolau.

De acordo com Nicolau, uma saída para esse sistema seria abolir as coligações para deputado federal mas, para impedir que o quociente eleitoral vire uma cláusula de barreira intransponível, permitir que partidos com menos votos que esse limite possam participar da divisão das vagas que sobraram após a divisão dos votos de cada partido pelo quociente. "O problema é que quanto mais fragmentada a Câmara, mais difícil fica para mudar essa norma", diz.


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