No artigo, que foi publicado no site do partido, Goldman avaliou ainda que o PT também tem tido dificuldades em Estados que comandava, como o Rio Grande do Sul, e teve votações "inexpressivas" no Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Ele destacou que Minas Gerais e Bahia são exceções, mas as bancadas federais e estaduais do partido diminuíram, confirmando, segundo ele, "o declínio" do partido.
O vice-presidente tucano disse que o mapa de votação eleitoral do PT se sobrepõe "quase com absoluta perfeição" ao mapa da distribuição dos programais assistenciais, em especial o Bolsa Família. Segundo ele, descontados os votos nessas áreas, que deram à Dilma mais de 50% dos votos, a derrota para a oposição é muito mais expressiva.
"O Brasil do trabalho formal, produtivo, dos seus trabalhadores e empresários, no campo e na cidade, o Brasil da cultura e da tecnologia - essa é, de fato, a elite brasileira - rejeitou, por ampla maioria, o PT e sua candidata. Deu mais votos à Aécio e Marina. Os outros, com todos os direitos que lhes devem ser garantidos e com toda a proteção social que a sociedade lhes deve, são os excluídos. Deram a maioria dos votos à Dilma", disse o artigo.
O texto acaba com um questionamento: "A pergunta que qualquer pessoa intelectualmente honesta deve se fazer é se com esse perfil político do eleitorado, ainda que vitoriosa nas urnas, Dilma teria condições de governar o Brasil?".