Jornal Estado de Minas

Campanha a presidente no 2º turno "caça" 31,6 milhões de votos

Presidenciáveis tentam conquistar preferência de eleitores que se abstiveram no 1º turno

Bertha Maakaroun - enviada especial
Em meio à briga dramática que se arrasta voto a voto entre tucanos e petistas pelo Palácio do Planalto, os partidos estão à caça não apenas dos eleitores indecisos, mas também dos que pretendem se abster.  Entre o primeiro e o segundo turnos das eleições presidenciais de 2002, 2006 e 2010, cresceram, em todo o país, as estatísticas de abstenção dos eleitores.


A prevalecer esse comportamento político, no dia 26, a estimativa é de que aos 27,7 milhões que não votaram no primeiro turno (19,39% dos eleitores), somem-se outros 3,9 milhões, o que elevaria a abstenção para 31,6 milhões (22,2% do universo). A estimativa para abstenções este ano entre o primeiro e o segundo turno aponta crescimento médio de 2,8 pontos percentuais em relação às eleições presidenciais de 2002, 2006 e 2010.

Embora a disputa presidencial, pelo maior interesse que desperta no eleitor, apresente estatísticas de votos brancos e nulos sempre muito menores do que para as eleições aos governos do estado e deputados, a abstenção cresce ao longo do tempo a cada pleito e, sobretudo, entre o primeiro e o segundo turno.

Assim foi em 2002. No primeiro turno da disputa pelo governo federal, 20,4 milhões de eleitores (17,74%) não votaram. No segundo turno, as abstenções chegaram a 23,6 milhões (20,47%), um aumento de 2,7 pontos percentuais. Em 2006, deixaram de votar no primeiro turno 21 milhões (16,75%); no segundo turno, foram 23,9 milhões (18,99%), um aumento de 2,24 pontos percentuais.



Em 2010, o primeiro turno registrou a abstenção de 24,6 milhões de eleitores – 18,12%; estatística que saltou para 29,2 milhões no segundo turno (21,5% do universo de brasileiros aptos para votar. O crescimento da abstenção entre o primeiro e o segundo turno foi de 3,38 pontos percentuais.

Uma das explicações para o aumento das abstenções entre o primeiro e o segundo turno é o fato de o eleitor, que no primeiro turno votou em outro candidato, não se sentir representado por nenhum postulante. Nesse sentido, sem ânimo de participar, o eleitor opta por justificar-se perante a Justiça Eleitoral ou mesmo pagar a irrisória multa de R$ 3,51 em um cartório eleitoral.

QUEDA
Ao mesmo tempo em que a abstenção sobe entre o primeiro e o segundo turno, caem as estatísticas de votos brancos e nulos. É que no segundo turno, o eleitor está diante de uma urna com apenas dois candidatos à Presidência da República e dois para o governo do estado, onde não houve vencedor no primeiro turno. Não há mais  escolha de deputado e senador. É menor, portanto, a probabilidade de erro ao digitar a sua escolha.

No primeiro turno de 2002, os votos brancos caíram de 2,9 milhões (2,49%)  para 1, 7 milhão (1,49%). Também os votos nulos naquele pleito baixaram de 6,9 milhões (6,05%) para 3,8 milhões no segundo turno (3,27%). Em 2006, os votos brancos  no primeiro turno caíram de 2,9 milhões para (2,28%)  para 1,4 milhão  (1,07%)  no segundo. E os nulos baixaram de 5,9 milhões (4,73%) para 4,8 milhões (3,82%). Já em 2010, os brancos caíram de 3,5 milhões (2,56%) para 2,5 milhões (1,81%). E os nulos baixaram de 6,1 milhões (4,5%) para 4,7 milhões (3,45%.).
E agora 4,4 milhões votaram em branco (3,1%) e 6,7 milhões (4,68%)  nulo. No segundo turno, é grande a probabilidade de que essas estatísticas caiam, a exemplo das eleições anteriores.

 

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