"Nunca soube deste convite e acho difícil, para não dizer impossível, que tenha acontecido", disse Nogueira.
A informação consta de uma troca de mensagens entre o doleiro Alberto Youssef e o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) de 13 março - mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff anunciou a substituição de seis ministros, entre eles o das Cidades.
A conversa foi interceptada pela Polícia Federal e estava sob sigilo até o início deste mês. De acordo com a Gazeta do Povo, os diálogos não deixam claro se o convite teria sido feito pela própria presidente da República ou pelo PP, partido que controla o ministério.
Na primeira mensagem, enviada às 19h34, Argôlo pergunta para Youssef: "Vc sabia q chamaram PR pra assumir o Ministério?? E ele n quis. Aguinaldo saiu hoje" (sic). Segundo as investigações, a sigla PR era usada para citar Paulo Roberto Costa. Youssef responde: "Sabia. Ele já tinha me contado". E em seguida completa: "Foi a melhor coisa q ele fez " (sic).
O Ministério das Cidades faz parte da "cota" do PP, partido que, juntamente com o PMDB indicou Costa para a diretoria de Abastecimento da Petrobras.
A Gazeta do Povo ouviu o advogado João Mestieri, que defende Costa. Ele afirmou que "não acha improvável" que o cliente tenha sido convidado a assumir um ministério. "Ele pediu demissão (da Petrobras) e saiu com os elogios que merecia. Se mais tarde alguém o convidou (para ser ministro), ele deve ter dado coerentemente a negativa", disse ele, de acordo com a publicação. Segundo o advogado, Costa não queria mais ter "nenhum tipo de relação com isso, com o governo, com coisas desse tipo.".