O vice-presidente Michel Temer (PMDB) aproveitou uma agenda com a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff no Paraná para fazer fortes críticas a um possível racha dentro de seu partido. Sem citar nomes, ele afirmou que o partido tem sido "tolerante ao longo do tempo com movimento de divergências", mas que o objetivo é construir um partido mais unido. "Depois das eleições vamos reunir o partido e fazer uma unidade absoluta", disse. "Vamos definir uma postura mais centralizadora, unificadora, para evitar essas divergências", completou.
O presidente do PMDB teria se irritado com as declarações do líder da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), de que não haveria dificuldade nenhuma do partido se posicionar em apoio a um futuro governo Aécio Neves (PSDB). Ao longo do primeiro mandato da presidente Dilma, candidata à reeleição, Cunha foi protagonista de vários cabos de guerra com representantes do Palácio do Planalto. Em alguns momentos, ele chegou a se negar a se reunir com a então ministra de Relações Institucionais Ideli Salvatti, responsável por fazer a interlocução entre o Executivo e o Congresso.
Diante desse histórico, Cunha deixa claro que, em caso de vitória da petista, a atuação da bancada deverá ser discutida. "Não deixamos de integrar a base do governo, mas optamos pela independência. Tanto que não indicamos nomes para substituir ministros. Essa nossa postura vai ter que ser conversada porque é uma decisão inclusive de quem vota na Dilma", ressaltou.
Temer negou que quase metade da bancada do PMDB esteja apoiando Aécio. "Não é verdade. Tanto que houve reuniões e não se conseguiu decidir, e nem era o caso, porque a grande maioria nos apoia no dia de hoje", afirmou. "E, segundo ponto, se houver pessoas que não acompanham o partido, não tem razão de ficar nesse partido. Tem que ir para o partido do candidato que ele esta apoiando", reforçou. O vice-presidente negou também que pretende ser candidato à Presidência em 2018 e disse que o partido só poderá ter uma candidatura viável com a unidade. "O PMDB tem que estar unificado para lançar um candidato em 2018", disse.