A prefeitura de Belo Horizonte confirmou nesta sexta-feira que o irmão da presidente Dilma Rousseff (PT) Igor Rousseff trabalhou na administração municipal, mas não quis comentar a assiduidade dele enquanto exercia os cargos. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura desde ontem à tarde, logo após o presidenciável Aécio Neves (PSDB) citar, no debate promovido pelo SBT/Alterosa, que o irmão de Dilma teria sido contratado pelo correligionário da presidente e governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), na sua gestão na prefeitura, onde teria recebido salário sem trabalhar, dando a entender que ele seria um "funcionário-fantasma", como é mencionado pelo site do tucano.
Ainda conforme a prefeitura, em 1º de março de 2005, o irmão de Dilma assumiu o cargo de assessor especial da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação. A publicação foi feita no Diário Oficial do Município no dia 10 de março. E no dia 31 de dezembro de 2008, o Diário Oficial do Município publicou sua exoneração a partir do dia 1º de janeiro de 2009. Nessa atividade, Igor exerceu o posto por três anos e 10 meses. Questionado sobre a assiduidade de Igor enquanto esteve na prefeitura, a prefeitura informou que não iria se pronunciar sobre a questão.
Ontem mesmo, após a citação de Igor no debate, a campanha de Aécio colocou no ar em suas páginas na rede social cópias do Diário Oficial do Município que citavam a nomeação de Igor para os dois cargos. Por sua vez, nas páginas de Dilma Rousseff nas redes sociais foi publicado o link para uma reportagem do jornal O Globo, de 15 de janeiro de 2011, com um perfil de Igor. O texto mostra que o irmão da presidente trabalhou em hotelaria, no escritório do deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG), fazendo serviços de assessoria jurídica para pequenas empresas e na prefeitura de Belo Horizonte, na gestão de Pimentel. "No final do governo, foi exonerado juntamente com outras 160 pessoas", diz a reportagem. Há ainda uma declaração do atual prefeito da capital, Marcio Lacerda (PSB), aliado de Aécio, de que alguns que foram exonerados foram recontratados e que Igor "nunca pediu para voltar".
Já Pimentel enviou esclarecimento por nota e por um vídeo também postado nas redes sociais. "Igor Rousseff foi assessor especial do prefeito de Belo Horizonte em minha gestão. Eram seis cargos dessa natureza. Um deles foi ocupado por Igor, que é advogado e trabalhou com regularidade e eficiência no gabinete do prefeito e na Procuradoria do município", disse o governador eleito nos materiais disponíveis.