Maior estrela do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o escolhido para mobilizar a militância mineira a turbinar a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff na última semana antes de os eleitores irem às urnas. Em discurso inflamado na praça de Santa Tereza, tradicional ponto de encontro dos belo-horizontinos, o petista condenou o que chamou de discurso do ódio contra o partido. Lula concluiu pedindo que cada um entre as centenas de militantes presentes se transforme em Dilma na tentativa de multiplicar votos para ela até o dia da eleição.
"Acho que nós temos que nos transformar em uma Dilma. Cada um de nós a partir de agora é Dilma. A gente vai ser Dilma sábado, domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta sábado e domingo", afirmou, ovacionado pela plateia. Segundo Lula, o ódio de parte da elite brasileira pelo PT e contra Dilma se deve ao fato de seu partido ter melhorado a vida dos mais pobres no país. "Queria que algum sociólogo me explicasse por que tanta ira. Será que é a ascensão social que nós ajudamos a promover neste país que deixa uma parte da elite tão incomodada? Será que eles não deveriam nos agradecer, porque pobre quando tem R$ 10 não vai comprar dólar, ele vai comprar comida, ativando a economia neste país, uma roupa, um sapato. Porque eles tem tanto ódio?", questionou.
O petista citou reportagem da revista The Economist desta semana em que o jornal inglês indicou o voto em Aécio Neves. Segundo ele, quem está por trás da matéria que "pediu voto" para o tucano é o sistema financeiro internacional. "É a revista dos bancos, daqueles achacadores, aqueles que fingem que são investidores mas são exploradores", afirmou. Lula disse que o sistema financeiro tem ódio de Dilma porque ela não jogou a crise no bolso do trabalhador brasileiro como outros países.
"Aprendemos nesse país a andar de cabeça erguida e não vai ter nenhum banqueiro, brasileiro ou estrangeiro, que vai dizer quem é bom para a gente votar, em quem o Brasil deve votar. Eles tem que saber que o brasileiro não é gado", afirmou. Coube ao governador eleito, Fernando Pimentel (PT), levar um recado de Dilma à militância: "Telefonei para ela e ela falou: ‘diga a eles que confio em Minas porque é de lá que vai sair a nossa vitória’", afirmou, conclamando a militância a ir de casa em casa pedir voto para a petista.