As Assembleias Legislativas que vão ser formadas nos estados a partir de 2015 terão uma composição não muito diferente da nova Câmara dos Deputados que assume em fevereiro. Como em Brasília, os legislativos estaduais terão um grande número de legendas, sete a mais do que as que conseguiram eleger parlamentares em 2010. Dos 32 partidos registrados na Justiça Eleitoral, 29 terão assento nas Assembleias, segundo levantamento realizado pela União Nacional dos Legislativos e Legisladores Estaduais (Unale). As quatro maiores bancadas da Câmara dos Deputados também repetem a mesma posição nas Assembleias nos estados. O PMDB continua sendo o partido com o maior número de deputados estaduais (143), seguido por PT (108) e PSDB (97). O PSD, legenda criada em 2011, já é a quarta maior nos estados, assim como na Câmara. O partido terá nos estados 70 deputados, oito a mais do que o PSB, legenda da ex-senadora Marina Silva (AC), derrotada no primeiro turno das eleições.
Com a pulverização dos partidos, o DEM , que já foi uma maiores das legendas do país, foi o partido que mais perdeu deputados. Passou de 79 deputados estaduais eleitos em 2010 para 45, 34 a menos, o que representa uma queda de 43% em relação a 2010. A segunda maior redução (22,8%) foi do PT, que perdeu 32 partidos, passando de 140 para 108. O PSDB diminuiu em 9,3% sua bancada de estaduais, passando de 107 para 97. Entre as legendas já existentes na disputa de 2010, o PDT foi o que mais cresceu. O partido fez 59 deputados, 10 a mais do que na disputa anterior, o que representa um aumento de 20%. O PSB também aumentou sua bancada e passou de 56 para 62 parlamentares, e o PPS agora tem 23, dois a mais. Além dessas maiores legendas, somente os nanicos que já existiam na eleição passada cresceram. Entre os que conseguiram aumentar sua bancada estão PSC, PRB, PHS, PSL, PPS, PTN, PSL, PRP, PTC e PSDC.
O deputado estadual Alencar da Silveira Júnior (PDT), dirigente na Unale, disse que esse quadro de fragmentação partidária acontece em todos os estados brasileiros. Segundo ele, assim como na Assembleia mineira, nos legislativos haverá dificuldade para formar bancadas e preencher as comissões, por causa do excesso de partidos.
Em Minas, somente três partidos, PT, PMDB e PSDB, têm parlamentares suficientes para formar bancadas e indicar deputados para participar de comissões. De acordo com o regimento interno do Legislativo, são consideradas bancadas somente partidos que tenham conquistado pelo menos cinco deputados. “Na Assembleia vai ser até difícil formar bloco parlamentar com esse tanto de legenda”, afirma Alencar da Silveira. Para ele, a solução seria unificar as eleições e retomar a regra da verticalização, imposta pela Justiça Eleitoral, mas derrubada por uma emenda parlamentar aprovada em 2006. Por essa regra, as coligações nas eleições não poderiam ser diferentes das fechadas pelas disputas majoritárias. “Temos que juntar todo mundo para discutir esse assunto. Desse jeito os partidos vão ficar cada dia mais frágeis”, defende.