A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, evitou responder diretamente sobre a acusação do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann. Segundo reportagem publicada neste domingo pelo jornal "O Estado de S. Paulo", Costa informou que o esquema de corrupção na estatal repassou R$ 1 milhão à campanha de Gleisi ao Senado, em 2010.
Dilma repetiu no fim da tarde, em coletiva, que há evidências de que houve desvios na Petrobras, mas ressaltou que ainda precisam ser investigados quem estava envolvido e qual foi o montante desviado. "Não se sabe nem quanto (foi desviado) nem quem fez (os desvios)", disse Dilma. "O que temos até agora são vazamentos, vaza de tudo que é lado. Agora, não se sabe se esses vazamentos são efetivos", acrescentou. "Os indícios são claros de que houve desvio ou não teria havido delação premiada."
Dilma afirmou na entrevista que "o pau que bate em Chico bate em Francisco" e que, "se os vazamentos forem pertinentes, todo mundo está comprometido". Mas deu a entender que não se pode basear decisões apenas nos vazamentos da delação premiada de Paulo Roberto Costa.
A presidente reclamou de ela e o PT não terem acesso aos depoimentos de Costa, apesar de terem dirigido representações ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal. "Se eu não posso saber, por que alguém pode? Se eu tenho interesse direto no sentido de proteger o governo. Não tenho curiosidade mórbida", argumentou.
Dilma repetiu ainda que tem um compromisso com a resolução do caso e ressarcimento da Petrobras dos recursos desviados. "Acho fundamental, e vamos tomar todas as medidas nesse sentido, para garantir o ressarcimento e que quem desviou dinheiro seja punido", afirmou.