A distância entre PT e PSDB, que em 2002 era de 22,5 pontos percentuais, caiu em 2010 para 12 pontos percentuais. E neste ano, o cenário do embate eleitoral é de um país dividido, segundo indicam os institutos de pesquisa, em que PSDB e PT disputam voto a voto até o próximo 26. Quem governará o país deverá ser escolhido por uma margem muito mais estreita do que há quatro anos, o que tende a tornar o day after uma tarefa institucional em busca da governabilidade no Congresso Nacional e, na sociedade civil, entre eleitores, um exercício de tolerância com as divergências e de respeito à regra da maioria, ainda que apertada.
Ao mesmo tempo em que a maioria em segundo turno se tornou, ao longo da última década, a cada eleição mais apertada, a abstenção entre o primeiro e segundo turnos cresceu, indicativo de que os eleitores não se sentem representados pelas alternativas. Em 2002, aqueles que não votaram passaram de 17,74% no primeiro turno para 20,47% no segundo turno. Em 2010, foram 18,12% no primeiro turno e 21,5% no segundo. Já no primeiro turno, a partir de 2006, o conjunto de candidatos que se apresentou em alternativa à polarização de petistas e tucanos, que era de apenas 9,75%, passou a 20% em 2010 e, em 2014, alcançou 24,86% – um quarto dos votos válidos registrados nas urnas.
Apesar de sugestivos de um certo cansaço do eleitor com o bate-cabeça entre PT e PSDB, as duas legendas são as protagonistas da agenda política. Primeira e terceira bancadas na Câmara dos Deputados, é em torno de ambas que irão se agregar a base governista e a oposição do futuro governo. Já o PMDB, a segunda maior bancada – que integra a chapa de Dilma Rousseff com o vice Michel Temer – estará no futuro governo, ganhe quem ganhar. Foi assim em 2002, quando Lula e José Alencar Gomes da Silva bateram nas urnas o tucano José Serra e a então peemedebista Rita Camata. Não demorou e o PMDB pulou para os ministérios, de onde não mais saiu. E em 2010, entrou com a indicação do vice para a chapa de Dilma..