Um campo de batalha que, com certeza permanecerá aberto, são as redes sociais. “Elas são uma forma atual e moderna de fazer campanha e onde existe uma liberdade maior, pois é feita pelos militantes, não pelas assessorias ou pelos próprios candidatos”, afirmou o cientista político da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Rui Tavares Maluf.
Um estrategista da campanha dilmista lembra que, apesar dos ataques mútuos e das tentativas de descontrução das respectivas candidaturas, o embate travado até o momento nas redes sociais está mais civilizado do que o ocorrido em 2010, quando Dilma enfrentou, na corrida pelo Planalto, o hoje senador eleito José Serra. “Quatro anos atrás, a internet foi inundada por temas como aborto e opções sexuais. Apesar de esses assuntos terem ajudado nas eleições de alguns deputados, os debates morais ficaram de fora das campanhas majoritárias. A avaliação é de que isso mais tira do que arrebanha votos para presidente”, justificou o dilmista.
Para o advogado constitucionalista Erick Wilson Pereira, autor do livro “Direito Eleitoral – Interpretação e Aplicação das Normas Constitucionais-Eleitorais”, a atual disputa entre PT e PSDB se alterna entre o princípio constitucional do acesso à informação e o princípio, também estabelecido na Constituição Federal, do direito à liberdade de manifestação de opinião. “Quando você potencializa para critérios como qualidades e defeitos do candidato, você transborda essa raia de legalidade e passa a trazer injúrias, calúnias e difamações”, disse Erik.
O jurista defende que o espaço da propaganda eleitoral não pode ser utilizado para agressões de cunho pessoal.
A professora Sônia Fleury, da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, ligada à Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, admitiu que o comportamento de Aécio e Dilma foi mais republicano no debate realizado na noite de domingo. Sônia, contudo, acredita que a ausência de agressividade e o debate mais morno, como o realizado na noite de domingo, não necessariamente trazem benefícios para o eleitorado. A professora lembra que o Brasil passa por dificuldades agudas no campo econômico mas, ao que tudo indica no momento, os candidatos estão evitando expor a necessidade de implantar medidas mais duras com medo de perder votos.
Defesa
Para o coordenador da campanha de Aécio, o senador José Agripino Maia (DEM-RN), o tucano nada mais fez do que se defender dos ataques lançados pela candidata do PT. “Foi Dilma quem começou a atacar Aécio. Ele respondeu por ter um estilo de não levar desaforo para casa. Mas a linha de atuação dele, nos debates, sempre é a de apresentar propostas”, defendeu Agripino.O senador demista lembrou que a estratégia da destruição já vinha sendo utilizada pelo PT desde o primeiro turno das eleições , contra Marina Silva (PSB).
Com Grasielle Castro .