"Com faixas, bandeiras e muita gente vestida de vermelho. Aí seria a oportunidade para fazer uma foto boa, se conseguirmos juntar gente suficiente", diz a funcionária, que recomenda que a mensagem seja compartilhada por outros funcionários. No e-mail, ela informa que dois militantes ficarão na entrada dos fundos do Banco (portaria 3), disponíveis para colar adesivos grandes (painéis de vidro traseiro) nos carros daqueles que estiverem dispostos.
Procurado, o BNB informou, por meio de nota, que a funcionária foi notificada logo que a mensagem foi identificada. A nota não fala em punições, mas destaca que o correio eletrônico concedido a cada um de seus funcionários obedece às normas e deve se restringir, exclusivamente, à finalidade institucional.
Não é o primeiro caso de uso de e-mail institucional do governo para a campanha. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo da semana passada mostrou que uma funcionária da Caixa utilizou o e-mail corporativo do banco para enviar mensagem a colegas com a ameaça de que o banco será "privatizado" caso o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, vença as eleições. O e-mail foi enviado a um número restrito de destinatários.
O uso do e-mail institucional do BNB para fins eleitorais foi denunciado pelo assessor econômico de Aécio Neves na campanha, Mansueto Almeida, no seu blog na internet. "É sempre a mesma coisa - uso de e-mail institucional para pedir voto para a presidente. Acho que as pessoas que tomam essa atitude ou não sabem que estão infringindo a lei ou acham que o partido do governo pode fazer qualquer coisa para ganhar a eleição", critica o economista licenciado do Ipea.
Nessa reta final da campanha, a presidente Dilma tem atacado o adversário com críticas de que Armínio Fraga, indicado para o Ministério da Fazenda, em caso de vitória, vai reduzir o papel dos bancos públicos no crédito à população..