Nelma foi namorada do doleiro Alberto Youssef, alvo maior da Lava Jato, e com ele manteve negócios no mercado paralelo do dólar.
"O emprego de esquemas sofisticados de evasão, não inerentes aos crimes, e acessíveis apenas a criminosos de grande sofisticação merece especial reprovação, devendo ser valoradas negativamente as circunstâncias dos crimes", afirma o juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, em sua decisão. O magistrado afirmou ainda que "as provas colacionadas neste mesmo feito indicam, porém, que (Nelma) faz da prática de crimes financeiros o seu meio de vida".
A condenação de Nelma ocorreu em uma das 12 ações penais em tramitação na Justiça Federal do Paraná. Nesta ação, outros 8 investigados foram denunciados pela Procuradoria da República. Apenas o réu João Huang, que intermediava a abertura de contas do grupo em Hong Kong, está foragido, e por isso o juiz determinou o desmembramento da ação referente a ele. Todos os outros réus foram condenados.
Grupo
Apontada como braço direito de Nelma, Iara Galdino era a principal administradora das empresas de fachada do grupo e foi condenada a 11 anos e pagamento de multa.
A conta em nome da mãe da doleira recebeu 16 remessas de dinheiro do Brasil oriundas da empresa Da Vinci, controlada por Nelma. As remessas totalizaram U$S 841,6 mil e EU 139,4 mil.
O juiz federal Sérgio Moro decretou o confisco dos ativos dos condenados. Uma das acusações contra Nelma foi por corrupção ativa - ela corrompeu o gerente de uma agência do Banco do Brasil, segundo a Lava Jato, para viabilizar uma remessa ilegal de valores para o exterior.
A estrutura da organização desmontada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, era mantida por quatro doleiros, entre eles Nelma Kodama.
Quando foi presa no Aeroporto Internacional de São Paulo com os euros na calcinha, Nelma alegou que o dinheiro era destinado à "aquisição de móveis, pois participaria de um encontro de empresários estrangeiros do ramo de decoração"..