O Ministério Público Federal denunciou por fraude em licitação na área da saúde dois servidores públicos da Secretaria Estadual de Saúde do Acre, um deles sobrinho do governador Tião Viana (PT) - Tiago Viana Neves Paiva -, e sócios da empresa Centtro Medicina Diagnóstica Ltda, alvo da Operação G7, deflagrada pela Polícia Federal em 2013.
Na denúncia, o sobrinho do governador - que era diretor de análises clínicas da Secretaria de Saúde - é acusado de passar informação privilegiada para a empresa, como a formação de preços da licitação. Ele foi preso preventivamente em maio do ano passado.
A Centtro Medicina Diagnóstica foi contratada por R$ 2,6 milhões para implantação do Sistema de Digitalização de Imagens Radiológicas em unidades de saúde estaduais e para emissão de laudos médicos dos respectivos exames. A servidora Edilene Dulcila Soares, da comissão de licitações, também teria favorecido a empresa desclassificando indevidamente concorrentes.
Os outros denunciados são os sócios da Centtro: Gerival Aires Negre Filho, Paulo José Tonello Mendes Ferreira, Ricardo Alexandre de Deus Domingues, Ronan Zanforlin Barbosa, além de Narciso Mendes de Assis Júnior.
O Ministério Público Federal sustenta ter prova de que a empresa Centtro foi constituída com a intenção e a garantia de ser contratada pelo governo do Acre. Os acusados podem responder por fraude à licitação e formação de quadrilha. Os dois servidores públicos podem ter a pena aumentada em um terço.
O governo do Acre, por meio de sua assessoria de imprensa, não quis comentar a denúncia do Ministério Público Federal. Os advogados do sobrinho do governador e da empresa não foram localizados para comentar o caso. Em outra ocasião, o governador Tião Viana (PT) apontou “interesses políticos” nas investigações da Polícia Federal e da Procuradoria da República. Tião Viana disse não haver qualquer irregularidade em seu governo.