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Estado de Minas

Defesa do doleiro Alberto Youssef quer acareação

Advogado assegura que seu cliente não negociou com nenhum integrante do PSDB e declarou que a colaboração do doleiro não tem relação partidária


postado em 23/10/2014 06:00 / atualizado em 23/10/2014 08:07

Brasília – Dois dias depois de o empresário Leonardo Meirelles ter afirmado, durante interrogatório na Justiça Federal do Paraná, que Alberto Youssef, um dos líderes da organização criminosa que teria movimentado R$ 10 bilhões, negociava com o ex-presidente nacional do PSDB Sérgio Guerra, falecido em março, o advogado do doleiro pediu a realização de uma acareação. Ela nega que Youssef tenha tratado com Guerra ou qualquer outro integrante da legenda tucana. Meirelles era diretor-presidente do laboratório Labogem e um dos integrantes do esquema montado por Youssef que abastecia caixas de partidos políticos com recursos de grandes empreiteiras, segundo depoimentos de envolvidos.

O pedido de acareação foi protocolado, na tarde dessa quarta-feira, pelo advogado Antônio Figueiredo Bastos, responsável pela defesa de Youssef. Ele assegura que seu cliente não negociou com nenhum integrante do PSDB e declarou que a colaboração do doleiro não tem relação partidária. “Meu cliente desafia qualquer pessoa a provar uma relação dele com o Sérgio Guerra ou qualquer outra pessoa do PSDB. A colaboração toda está sendo feita baseada em documentos, que corroboram os indícios do que ele está dizendo.” O advogado lembrou que Youssef, diferentemente de Meirelles, assinou acordo de delação premiada – ainda não homologado – e pode perder benefícios se mentir.

No interrogatório, Leonardo Meirelles também acusou o Partido Progressista (PP) e sugeriu saber de outro parlamentar, do Paraná, envolvido no esquema de corrupção. “Um ex-padrinho político do passado”, disse, sem revelar nomes.

Segundo a Folha de S.Paulo, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa teria comunicado ao Ministério Público Federal que intermediou repasse de recursos para Sérgio Guerra para que ele ajudasse a esvaziar uma CPI criada para investigar desvios na estatal em 2009. Sérgio Guerra era senador por Pernambuco e fazia oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-diretor teria dito, no entanto, que não sabia se Guerra chegou realmente a receber a propina.


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