"Eu voto em Dilma, e peço o apoio de todos para que não voltemos ao passado sombrio que atravessaram as instituições públicas nesse País", afirma o reitor no documento.
O e-mail foi enviado para a diretoria da Faculdade de Economia, a Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um servidor do Ministério da Previdência, um funcionário do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) e unidades de ensino da UFF, entre outros destinatários. No dia seguinte, foi publicado no portal Brasil Debate. Procurados pela reportagem, o reitor e a reitoria ainda não comentaram o caso.
No texto, Salles afirma ser servidor público federal há mais de 30 anos e compara os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma. Ele fiz que Fernando Henrique "priorizou as universidades privadas em detrimento das universidades públicas que se encontravam em situação caótica, sem recursos para manutenção básica, bem como a imposição de arrocho salarial aos servidores públicos". Ele acrescenta que "recursos de custeio eram inexistentes" e "serviços terceirizados eram mínimos".
O reitor também cita a privatização da mineradora Vale e diz que "como cidadão, considero essa venda da Vale do Rio Doce como crime de lesa-pátria".
Nas administrações de Lula e Dilma, ele diz ter participado como reitor do "maior" Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Públicas (Reuni), em que "os dois governos estrategicamente investiram maciçamente em educação". Na UFF, afirma Salles, ampliaram de 6.300 para 17 mil alunos por ano em cursos presenciais e à distância. "Sendo que 60% desses alunos não teriam condições de pagar uma instituição privada.
"Todos sabemos que investimento em educação só trará retorno em longo prazo. No futuro, os governos Lula e Dilma deixarão sua marca na história como aqueles que transformaram o País, porque a educação precede qualquer outra área. Aqueles que não tiveram oportunidade de perpassar todos os governos anteriores e compará-los podem tomar como exemplo a transformação realizada, constatando o que ocorreu com as universidades federais e escolas técnicas, que dobraram em número, tamanho, qualidade e quantidade de cursos e alunos de graduação e pós-graduação."
No fim do texto, ele afirma que "quem está por trás dessa campanha contra Dilma (...) são os grandes empresários, banqueiros e aquela elite que aplica 'suas economias' em paraísos fiscais"..