"Parece ao procurador-geral eleitoral existir um consenso na sociedade sobre a necessidade da reforma do sistema político do Brasil, um sistema político arcaico, vencido, com o viés corruptor", iniciou Janot. "O TSE, através do seu presidente, ontem assumiu o protagonismo do primeiro ato que inicia ou dá partida a essa reforma no sistema político eleitoral", concluiu. O presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, destacou que a possibilidade de chegar a um acordo "se deve principalmente aos candidatos". "Pessoas dignas e com toda a condição de exercer mandato de presidente da República", classificou o ministro.
Ontem, as campanhas de Dilma e Aécio formalizaram na Justiça Eleitoral acordo para desistir de todos os recursos levados ao tribunal durante o segundo turno com pedidos de direito de resposta. As equipes das duas candidaturas à Presidência concordaram em fazer um debate "propositivo" na televisão, após serem chamadas para uma conversa pelo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, acompanhado do vice-presidente, ministro Gilmar Mendes.
A decisão das campanhas foi uma reação ao endurecimento da postura do TSE no segundo turno. A Corte decidiu barrar os ataques de baixo nível na campanha eleitoral, suspendendo trechos das propagandas e cassando tempo dos candidatos no horário eleitoral. No primeiro turno, o TSE decidiu intervir pouco nas campanhas eleitorais, adotando posição "minimalista".
Janot, que é um crítico da mudança na orientação do TSE no meio do processo eleitoral, elogiou nesta quinta-feira o chamado para o acordo.
O acordo firmado entre as campanhas é estratégico, pois evita que os candidatos percam tempo de televisão e rádio na reta final da campanha eleitoral. Caso Dilma ou Aécio elevem o tom dos discursos nas propagandas veiculadas nesta quinta e na sexta-feira, contudo, as coordenações das campanhas não descartam recorrer ao TSE às vésperas da votação..