Nos últimos quatro anos, muitas vezes coube a Temer a tarefa de acalmar lideranças de seu partido descontentes com o espaço recebido no governo Dilma. Alguns dos maiores embates entre governo e PMDB aconteceram na Câmara dos Deputados, onde o líder Eduardo Cunha travou votações em represália ao governo. Parte do diretório fluminense do PMDB apoiou Aécio Neves nesta eleição, mesmo com Temer compondo a chapa de Dilma.
Com a aproximação de parlamentares peemedebistas a Aécio, aumentou a especulação sobre qual seria o papel do partido em um eventual governo tucano. O governador do Paraná, Beto Richa, chegou a dizer na semana passada que Aécio não precisaria excluir o PMDB. O próprio Aécio afirmou que governaria com "o lado bom" do PMDB.
Após a entrevista, Temer saiu em caminhada pelas ruas do centro de Barueri seguido por um carrinho de som que criticava o governo FHC: "Não vamos dar oportunidade àqueles que foram os exterminadores do futuro do Brasil", disse um sindicalista. "A classe trabalhadora, ao contrário do que disse o FHC, não é burra", completou outro. Durante a curta caminhada, Temer estava rodeado por dezenas de militantes, cumprimentou eleitores e tirou fotos. "Sou 13! Por causa da Dilma. Mas gosto dele também", disse o vendedor Rafael Calisto, que tirou um selfie com o vice-presidente. Mais à frente, após ser cumprimentada por Temer, outra vendedora admitia que não conhecia o político: nunca nem vi.
Temer fez ainda um breve discurso na praça e demonstrou confiança em abrir uma vantagem ainda maior do que a apontada pelas pesquisas de ontem. "Estando aqui em Barueri eu vou dizer para vocês: a liderança não vai ser 8% não, vai ser 12%", discursou o peemedebista. Após o discurso, foi saudado por correligionários. "Nós somos PMDB. Então, se o PMDB é Dilma, nós também somos Dilma", disse o vereador Jânio Gonçalves..