A presidente Dilma Rousseff usou seu horário eleitoral nesta tarde para rebater as denúncias veiculadas nesta sexta-feira, 24, pela Revista Veja e disse que a Justiça vai condenar a publicação pelo que chamou de "crime".
"Não posso me calar frente a este ato de terrorismo eleitoral articulado pela Revista Veja e seus parceiros ocultos", disse a presidente, que classificou o teor da reportagem publicada pela semanal de "barbaridade" e de "infâmia". A presidente também criticou o fato de a revista ter antecipado sua edição para esta sexta-feira - a revista normalmente é distribuída aos sábados - e alegou que a publicação excedeu "todos os limites da decência e da falta de ética". "Isso é um crime. É mais do que clara a intenção malévola da Veja de interferir de forma desonesta e desleal nos resultados das eleições".
Na edição que circula a partir de hoje, a Revista Veja traz uma reportagem segundo a qual o doleiro Alberto Youssef revelou à Justiça que Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinham conhecimento de práticas de corrupção na Petrobras. O depoimento do doleiro, investigado no âmbito da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que apura um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado R$ 10 bilhões, teria ocorrido na última terça-feira, dia 21, em Curitiba.
A maior parte do programa eleitoral da petista foi reservado para reagir à acusação. Ela afirmou que o povo vai responder à revista "nas urnas" e que ela fará o mesmo "na Justiça".
"Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez se baseando em supostas declarações de pessoas do submundo do crime, a revista tenta envolver a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras que estão sob investigação da Justiça. Todos os eleitores sabem da campanha sistemática que esta revista move há anos contra Lula e contra mim", disse Dilma. "Mas como das outras vezes e em outras eleições, Veja vai fracassar em seu intento criminoso", acrescentou.
Dilma declarou ainda que não é possível aceitar que se divulguem "falsas denúncias no meio de um processo eleitoral em que o que está em jogo é o futuro do Brasil".