Em rápido pronunciamento à imprensa, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, acusou o PT de tentar censurar a última edição da revista Veja, publicada nesta sexta-feira. O tucano não quis dar entrevista e fez apenas uma declaração sobre a reportagem de capa da Veja em que o doleiro Alberto Youssef, preso desde março, acusa a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ambos do PT) de terem conhecimento de um suposto esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.
"A denúncia é extremamente grave e tem que ser confirmada, mas é preciso que seja também apurada", afirmou o candidato tucano, que acusou o PT de tentar censurar a publicação. "O Brasil merece uma resposta daqueles que governam o País. Infelizmente, a única manifestação foi pela censura, pela retirada de circulação da maior revista nacional. Essa não é, certamente, a resposta que os brasileiros aguardam", disse. "Hoje não vou dar entrevista. Vou fazer apenas uma declaração em razão da relevância do tema", disse em uma sala do Hotel Sheraton, no Leblon, na Zona Sul do Rio, onde passou o dia possivelmente se preparando para o debate desta noite na TV Globo.
Aécio disse que a reportagem relata "supostos desvios" e que a delação premiada "assegura benefícios a quem a faz apenas se ela vier assegurada de comprovações das denúncias".
"Determinei ao PSDB que ingresse hoje na Procuradoria Geral da República solicitando que essas investigações sejam aprofundadas em razão da sua gravidade, chamando a atenção para uma parte do depoimento do senhor Youssef que diz que um dos coordenadores da campanha do PT solicitava que fosse repatriado, portanto que retornasse ao Brasil, US$ 20 milhões para a atual campanha eleitoral. Se comprovado isso, é a confirmação de que houve operação de caixa 2 na atual campanha presidencial do PT."
Aécio afirmou que o PSDB vai acompanhar o desenrolar das investigações e que, se eleito, "elas serão ainda mais aprofundadas".