No último evento de campanha para o governo do Rio Grande do Norte, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), desconversou quando questionado se prefere governar, se eleito neste domingo, com Dilma Rousseff (PT) ou Aécio Neves (PSDB).
A maioria dos militantes e participantes carregava bandeiras e adesivos de apoio ao candidato tucano à Presidência. Alguns estamparam na camiseta a capa da revista "Veja" que afirma que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobras, segundo depoimento do doleiro Alberto Yousseff em delação premiada. Os eleitores que declaravam apoio à dobradinha "Henrique-Dilma" estavam em menor número.
Alves sorriu constrangido quando uma militante disse que ele será o governador do Estado e Aécio, o presidente do País. Para os jornalistas, ele disse estar confiante na vitória de Dilma no Estado, sempre ressaltando o papel do candidato a vice, Michel Temer, mas ressaltou que o candidato do PSDB avançou em território potiguar.
"Aqui acredito numa grande vitória da presidente Dilma e do vice Michel Temer, embora eu reconheça que o candidato Aécio cresceu aqui, conquistou espaços importantes", afirmou.
Alves recebeu o apoio de Aécio no primeiro turno. O PSDB faz parte da coligação de 17 partidos da candidatura dele. No entanto, ele tem se posicionado como eleitor de Dilma, ressaltando que o PMDB ocupa com Temer o cargo de vice-presidente.
Já o adversário de Alves, Robinson Faria (PSD), conta com o apoio do PT. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou, antes do primeiro turno, um vídeo de apoio a Faria, de oito minutos, o que irritou Alves e a cúpula do PMDB.
A campanha de Faria usou à exaustão o depoimento do ex-presidente. O acordo com o PMDB, porém, era que Dilma e Lula não apoiariam abertamente nenhum dos dois candidatos.