Em reportagem, a BBC diz que desde a redemocratização o Brasil nunca viveu um período com divisão tão acentuada do eleitorado. Essa divisão, diz a emissora britânica, acontece especialmente por classe social. Ao ouvir especialistas, a reportagem diz que pobres apoiam Dilma Rousseff (PT) e ricos votam em Aécio Neves (PSDB). Diante disso, o campo de batalha dos dois candidatos é a classe média, especialmente a nova classe média.
No Reino Unido, a emissora SkyNews também destaca a divisão do eleitorado e diz que a elite se esforça para tirar o poder do PT após 12 anos de governos do partido de esquerda. Ao apresentar os dois candidatos para os telespectadores britânicos, a SkyNews diz que Dilma é "uma ex-guerrilheira marxista que lutou contra a ditadura militar e foi presa e torturada na década de 1970". Aécio é apresentado como "parte de uma família aristocrática e que tenta acabar com a reputação de playboy".
Reviravolta
O jornal britânico Daily Telegraph publica longa reportagem sobre o segundo turno e destaca especialmente a gradual perda do favoritismo de Dilma Rousseff durante a campanha. O jornal cita que a petista era a líder isolada nas intenções de voto no início da disputa, mas a vantagem caiu gradativamente com eventos como a morte de Eduardo Campos, a entrada de Marina Silva (PSB) e as denúncias de corrupção.
Fora da Europa, a emissora do Catar Al Jazeera exibiu longa reportagem sobre as eleições no Brasil em que destaca a divisão do eleitorado. Para o canal de televisão, os pobres são "leais eleitores de Dilma, especialmente no Nordeste". A elite brasileira, ao contrário, apoia o tucano que promete "acabar com as políticas econômicas intervencionistas".
As eleições são notícia até no Irã. A emissora estatal de televisão Press TV exibiu reportagem no noticiário em inglês em que destacou as recentes pesquisas do Ibope e Datafolha que mostram vantagem da candidata à reeleição e empate técnico, respectivamente. O canal iraniano também chama atenção para as mais recentes denúncias de corrupção que envolvem a Petrobras e podem "atingir negativamente" a presidente da República..