Salvador, 26 - Cotado para assumir um ministério em um eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), o governador baiano, Jaques Wagner (PT) disse, pouco depois de votar, às 10h30 (de Brasília), deste domingo, 26,esperar uma vitória da candidata à reeleição por uma margem maior do que as pesquisas eleitorais apontaram na véspera da eleição. "Rodei muito nesta eleição, passei por vários Estados, e meu sentimento é de que a gente pode abrir uma frente de entre 6% e 10%", disse.
Wagner, que votou na Praia de Arembepe, no município de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, porém, ressaltou que o primeiro desafio de Dilma, caso reeleita, é promover uma "reconciliação" com a parcela da população que apoiou a oposição na campanha. "A primeira tarefa (de um eventual novo governo petista) seria a da reconciliação, porque acho que esta eleição se polarizou muito", argumentou. "As pessoas destilaram muito preconceito, muito ódio, muita raiva. Particularmente no Rio e em São Paulo. Acho que, uma vez eleita pela maioria, o papel dela é fazer este chamamento para que a gente toque o País."
O governador baiano, por outro lado, disse que "não prestou muita atenção" ao ataque de vândalos à sede da Editora Abril, que publica a revista Veja. "A Veja protesta da forma dela e as pessoas protestam do jeito delas", disse. Ele também considera que a denúncia que a revista traz na capa desta semana, de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma conheciam esquemas de desvios de recursos da Petrobras, "não terá efeito nenhum" na eleição de hoje.
Sobre a possível indicação para um ministério - no PT baiano, a aposta é que ele assuma a Casa Civil, se Dilma for reeleita -, Wagner desconversa. "A Dilma não conversou nada comigo sobre ministério e acho que dá azar conversar sobre cargos antes da eleição", contou o governador, que elegeu seu candidato à sucessão, Rui Costa (PT), no primeiro turno. "Mas é óbvio que, como a gente foi vitorioso na Bahia e o projeto tem se saído bem aqui, fico cotado para desempenhar outro papel na política. O que quero é ajudar."