Jornal Estado de Minas

Militantes tomam as ruas de BH para comemorar reeleição de Dilma Rousseff

Com bandeiras e, a maioria, de vermelho, cor que representa o Partido dos Trabalhadores, os militantes entoaram cânticos. Motoristas também fizeram um buzinaço

João Henrique do Vale Mateus Parreiras Landercy Hemerson Márcia Maria Cruz
Militantes foram para a Praça Sete no Centro de Belo Horizonte - Foto: Mateus Parreiras/EM/D.A.Press

Milhares de pessoas tomaram as ruas de Belo Horizonte para comemorar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), que obteve 51,57% dos votos válidos, contra 48,43% de Aécio Neves (PSDB). Com bandeiras e, a maioria, de vermelho, cor que representa o Partido dos Trabalhadores, os militantes entoaram cânticos. Motoristas também fizeram um buzinaço.

Um dos pontos da capital mineira usada para comemorações, a Praça Sete foi rapidamente tomada por centenas de militantes. Com bandeiras, o grupo abordou carros que respondiam com a buzinas. As pessoas cantavam músicas como, “um, dois, três, Dilma outra vez” e “ole, ole, ole, olá Dilma, Dilma”. A Polícia Militar (PM) desviou o trânsito na Avenida Amazonas depois que os militantes fecharam os cruzamentos no entorno do pirulito.

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Cerca de 4 mil pessoas participaram da comemoração da vitória de Dilma Rousseff em frente à sede do PT na Rua Timbiras, de acordo com a Polícia Militar.
Os militantes traziam bandeiras e botons em referência à presidente eleita. Foi o caso da professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cláudia Mayorga, de 41 anos. “Na última semana, fiquei muito apreensiva. A vitória no Brasil e em Minas é uma recado importante para que se dê continuidade nas políticas sociais, que mudaram o país”, afirmou.

Os militantes dançaram ao som de um trio elétrico que chegou ao local pouco antes da confirmação da vitória petista. “Foi um processo angustiante. Não tinha nada definido. Eu acreditava na reeleição de Dilma, mas mantive a seriedade e só comemorei quando não tinha mais como virar”, afirmou o educador Bruno Vieira.

Para o psicólogo Márcio Rimet Nobre, de 44, a campanha foi muito difícil. “Embora pesado, foi um processo muito democrático, porque nunca o povo tinha participado de forma tão presente.” Márcio foi um dos que se engajou na campanha nas redes sociais. “Prevaleceu a vontade do povo em resposta ao trabalho de 12 anos do governo.” Para ele, a apuração foi um teste para os nervos. “Fiquei muito tenso. Tive afta e problemas na pele”, completou.

Na Savassi, poucas pessoas foram às ruas. A comemoração ficou por conta de motoristas que fizeram buzinaço e hastearam bandeiras. Em bares da região, muitas pessoas acompanharam a apuração, como o empresário Antônio Guimarães, de 35 anos, que ficou feliz ao ver que a candidata Dilma ganhou.
“Na verdade, achei as duas opções fracas para o segundo turno. Nenhum dos dois candidatos me agradou. Mas, o resultado foi o menos pior”, comentou.

A jornalista Graziella Giannini, também gostou do resultado, apesar de ser eleitora de Luciana Genro. “Penso que essa disputa eleitoral foi marcada pelo maior envolvimento dos brasileiros. Agora, será o momento para se fazer uma reflexão de tudo e não deixar cair no esquecimento nos próximos quatro anos”, afirma.



Outras pessoas ficaram chateados com a reeleição da petista, como a estudante de veterinária Milene Nacur, de 20. “Acho que tinha que ter alternância de poder. Dezesseis anos de PT é muita coisa, por isso eu votei e tinha a expectativa de ter a mudança com o Aécio”, disse quando ainda faltava 5 % das alterações dos votos e apostava na mudança.

O analista de sistemas Petrônio Amaral, de 24, tentava consolar a amiga, também esperando que houvesse uma mudança, mas logo desistiu. “Não foi desta vez, mas valeu a pena por ser um resultado apertado.
Isso demonstra que as pessoas estão mais conscientes”, disse.

Reeleição

A presidente Dilma Rousseff (PT) venceu uma das disputas mais acirradas dos últimos anos contra o senador Aécio Neves (PSDB). Ao todo, a petista alcançou mais de 52 milhões de votos e venceu em praticamente todas as regiões do país.

Dilma Rousseff venceu no primeiro turno com 43,2 milhões de votos (41,6%) contra 34,9 milhões de Aécio (33,5) e 22,2 milhões de Marina (21,3%). Logo que a campanha do segundo turno foi iniciada, Dilma aparecia atrás de Aécio nas pesquisas de intenção de voto do Ibope e Datafolha. No início da semana passada, a petista reverteu o quadro e passou a figurar na frente do tucano. Com a vitória de hoje, Dilma se torna a primeira presidente mulher reeleita da história do Brasil. Já o PT, partido dela, ficará pelo menos 16 anos no poder.

Dilma Rousseff nasceu em 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ela é formada em Ciências Econômicas, com mestrado e doutorado. Durante a juventude lutou contra a ditadura militar no Brasil. Se envolveu com o Comando de Libertação Nacional e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares e chegou a ficar detida entre os anos de 1970e 1972. Exerceu os cargos de Secretária Municipal da Fazenda de Porto Alegre, Secretária Estadual de Energia, Minas e Comunicações. No governo do ex-presidente Lula foi ministra de Minas e Energia e ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Foi eleita presidente da República em 2010.

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