Após o resultado das urnas, líderes tucanos prometeram empreender uma oposição "firme" ao novo governo de Dilma Rousseff. O senador eleito José Serra (PSDB) avaliou como "espetacular" o desempenho do correligionário Aécio Neves na campanha presidencial e disse que o partido fará oposição "sem contemplação com as lambanças".
"Vamos pensar no caminho do PSDB em fevereiro, quando reabre o Congresso, e em janeiro quando muitos governadores vão assumir ou reassumir", disse Serra em Belo Horizonte, onde acompanhou o discurso do senador mineiro.
Ao votar, em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu um governo de união nacional a partir de primeiro de janeiro de 2015. "Essa tentativa que foi feita, de dividir o país por classe social, região, cor, não é aceitável", declarou o ex-presidente, na saída da seção eleitoral, no bairro de Higienópolis.
'Meditação'
Em Porto Alegre, o senador Pedro Simon (PMDB) manifestou tristeza e perplexidade com o resultado da eleição presidencial por entender que o Brasil ficou dividido ao meio. "O País fica em uma situação muito difícil, rachou de maneira triste", disse, o mesmo tempo em que o PMDB gaúcho, que apoiou Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, celebrava a vitória de José Ivo Sartori para o governo do Estado.
"Temos de fazer uma profunda meditação", propôs, prevendo que Dilma Rousseff terá dificuldades para compor seu novo governo em meio às denúncias de irregularidades na Petrobrás. "Será uma dificuldade quase dramática, para o governo e para a oposição, para o Brasil inteiro, ninguém pode se sentir feliz vivendo o que estamos vivendo", comentou.
"Meu Deus, alguma coisa tinha de ser feita, porque eu tenho muito medo que esse estilo de campanha, essa radicalização, esse tipo de linguagem que está sendo usada, para quem está no governo, para quem está na oposição...", disse o senador, sem concluir a frase. "Se não vier alguém que busque o entendimento, um pensamento em torno do qual a gente vá, fica tudo muito ruim".
Simon afirmou que o País passa por um momento em que "falta credibilidade de todos, do governo, da oposição, do Congresso, do Judiciário". De acordo com o senador, o Brasil perdeu a disposição de acreditar.