Considerados os aliados regionais mais próximos ideologicamente do governo do Partido dos Trabalhadores (PT), os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Argentina, Cristina Kirchner, foram os primeiros líderes estrangeiros a cumprimentar Dilma Rousseff por sua reeleição, na noite deste domingo, 26.
De acordo com analistas políticos, se a Presidência do Brasil - principal aliado comercial da Venezuela na América Latina - tivesse sido conquistada pelo tucano Aécio Neves, a colaboração econômica e política entre Brasília e Caracas mudaria drasticamente, o que poderia pôr em risco o governo de Maduro.
"Felicitações, Dilma, por sua coragem e valentia diante de tanta maldade. O povo do Brasil decidiu a história. Mil abraços de irmandade", tuitou o presidente venezuelano. "Muito obrigada!", respondeu a petista cinco minutos depois no microblog.
O jornal venezuelano El Universal - que, após mudar de donos, em julho, abandonou sua linha crítica ao governo chavista - publicou na manchete de seu site a notícia da vitória de Dilma, afirmando que a petista conseguiu a reeleição "com uma diferença mínima".
Do Prata
A presidente argentina, Cristina Kirchner, também usou o Twitter para cumprimentar a colega brasileira. "Querida companheira e amiga Dilma, parabéns pelo triunfo!", tuitou às 21h11. "Vitória de Dilma (é) um passo mais para a consolidação da pátria grande. Grande vitória da inclusão social e da integração regional", tuitou a argentina pouco depois.
Também pelo Twitter, o presidente do Equador, Rafael Correa, qualificou como "maravilhoso (o) triunfo de Dilma no Brasil". "Nosso gigante continua com o Partido dos Trabalhadores. Felicitações Dilma, Lula, Brasil!"
O jornal americano The New York Times apresentou a vitória de Dilma como um endosso às políticas de combate à pobreza e aos baixos índices de desemprego no País, ressaltando a pequena diferença de votos para o segundo colocado, Aécio Neves.
Washington
A Casa Branca só deve se manifestar nesta segunda-feira, 27, sobre o resultado da eleição. Até o início da noite de ontem, o Departamento de Estado ainda não se havia pronunciado sobre a reeleição de Dilma.
Na Europa, os principais jornais destacaram a divisão do País e o fato de que Dilma venceu a eleição com uma vantagem mínima. Segundo o britânico Financial Times, essa foi a eleição mais acirrada em uma "geração" e teve a marca de escândalos de corrupção.