Dilma afirmou ter certeza de que a consulta popular será possível, pois, durante a campanha, conversou com diversos setores que contribuíram com formas de se fazer um plebiscito. “O Congresso vai ter sensibilidade para perceber que isso é uma onda que avança”, disse a presidente em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo. Entre as medidas a serem discutidas, ela citou a possibilidade de proibir doações de empresas, mantendo apenas as privadas individuais.
“Existem várias propostas na mesa, a oposição fala muito em fim da reeleição”, afirmou, sobre a pauta defendida por Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB). Dilma reforçou a mensagem de união que havia dito no discurso de vitória: “Nessa eleição, mesmo com visões e posições contraditórias, os brasileiros apresentaram uma visão comum: a busca de um futuro melhor. Essa busca é a grande base para que tenhamos união.”
DIÁLOGO A presidente disse que seu segundo mandato será de diálogo: “Temos de ser capazes de garantir as mudanças que o Brasil precisa e exige. Isso ficou claro nas eleições”.
Ela afirmou ainda que o seu governo focará na educação, cultura, ciência e inovação. No aspecto social, destacou o olhar para a população mais pobre, mulheres, jovens e negros.
MERCADO Dilma afirmou que adotará de forma clara todas as medidas que pretende tomar na política econômica, mas disse que levará algum tempo para dar sinalizações e fazer anúncios. “São as medidas que vou tomar. Não é hoje”, disse na entrevista à Globo.
Ela ressaltou que já havia externado que não iria esperar a conclusão do seu primeiro mandato para iniciar todas as ações “no sentido de transformar e melhorar o crescimento da economia”. Citou algumas ações para empresários e micro e pequenos empreendedores feitas em seu primeiro mandato, como as desonerações, e disse que vai continuar trabalhando para uma reforma tributária: “Tenho a convicção que Brasil precisa de uma reforma tributária. É impossível continuar com a sobreposição tributária e a guerra fiscal”.
FAZENDA A presidente demonstrou incômodo com perguntas, na entrevista ao Jornal da Record, sobre o novo ministro da Fazenda, já que anunciou durante a disputa eleitoral a saída de Guido Mantega. Questionada sobre o perfil do presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, a petista subiu o tom. Disse que não vai ficar incentivando especulações sobre trocas ministeriais. “Gosto muito do Trabuco, mas acho que não seja o momento e a hora de discutir nomes para o próximo governo. No tempo exato, darei o nome e perfil”, afirmou. “Não vou discutir só um ministro, vou discutir meu ministério”, completou.
Questionada se seria o momento de promover um choque de credibilidade para economia como o ex-presidente Lula fez em 2003, ela negou.